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Metalúrgica regional lidera mercado de pastilha metálica
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
24/07/2005 | 08:15
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Pesquisa científica de ponta e sucata a serviço dos negócios projetaram a metalúrgica Mextra Metal, de Diadema, à liderança nacional do mercado de pastilhas metálicas, insumo empregado na fabricação de liga de alumínio – matéria-prima de janelas , utensílios domésticos, componentes automotivos, asas de avião. As pastilhas servem para aumentar a resistência física do material.

O desenvolvimento de tecnologia permitiu a produção na própria empresa de pó de ferro e de alumínio. Esses pós são a base material das pastilhas (90% ferro e 10% alumínio) e são obtidos a partir da reciclagem de sucata, dispensando a compra dessa matéria-prima no mercado.

A criatividade exclusiva, garantida por meio de patente, rende à Mextra 90% do mercado nacional de pastilhas. Atualmente, a empresa, com 105 funcionários, fabrica 5 mil toneladas do produto e exporta 20% para países como Estados Unidos, Canadá, Espanha e Oriente Médio.

Para crescer, a empresa investiu em geração de conhecimento. Na década de 1980, o fundador da Mextra, o engenheiro Eduardo Barchese, já estreitava a relação entre pesquisa e indústria ao colocar em prática sua tese de doutorado pela USP (Universidade de São Paulo) sobre a produção de metais nobres. Em 1998, a atual diretoria da empresa, composta pelos filhos de Barchese, ampliou os produtos, passou a fabricar as pastilhas e também investiu em pesquisa.

Os estudos destinados ao aperfeiçoamento e à otimização de custos para fabricação de pastilhas começaram há três anos e têm apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) cede infra-estrutura para testes. A Mextra também tem laboratório e conta com dois pesquisadores contratados.

Segundo o gerente-industrial, Vicente Sério, a utilização de novas tecnologias e sucata é a resposta para o sucesso. "Inovamos ao fabricar a nossa própria matéria-prima. Hoje a Mextra é conhecida mundialmente dentro do segmento e, com investimentos, o faturamento aumentou 48 vezes. Recentemente, instalamos unidade em Taubaté."

Atualmente, a Mextra utiliza somente sucata de aço para produção de pó de ferro. A fabricação de pó de alumínio consome 65% de sucata de alumínio. "Em breve, chegaremos a produção com 100% de matéria-prima reciclada", promete Sério. Segundo o gerente-industrial, o uso de sucata diminui em 40% o custo de produção.

Sério explica que a sucata pesa na qualidade do produto. "O material tem de ser limpo e bem selecionado", diz. A Mextra compra mensalmente 350 toneladas de sucata de aço e 150 toneladas de alumínio de fornecedores do Grande ABC, São Paulo e Vale do Paraíba. O aço e o alumínio são derretidos separadamente e, por meio do processo de atomização, passam do estado líquido ao pó. O material é misturado e compactado, formando as pastilhas.

Outra pesquisa é conduzida em paralelo pela Mextra. Há dois anos e meio, a empresa desenvolve estudo para fundir a sucata de aço e de alumínio juntas e, assim, produzir um único pó para a fabricação das pastilhas.




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