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Maquiagem provoca reação alérgica em dona-de-casa
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
30/08/2005 | 08:14
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A dona-de-casa Ana Maria Sopran Rui, 38 anos, afirma que teve alergia no rosto após utilizar blush da linha Elke, da Nasha Cosméticos, mas que a empresa não teria tomado qualquer providência ao ter registrado a reclamação, como recolher o lote para análise ou informar se alguns dos componentes da fórmula podem provocar reação alérgica. Ela disse ter adquirido o blush juntamente com máscara para os cílios, sombra, pó compacto e base líquida, no último dia 7, de uma representante da empresa que ministrou curso para maquiadores em uma perfumaria de Santo André.

De acordo com Ana Maria, o recipiente do blush, com data de validade até junho de 2008, apresenta sinais de ferrugem. Ela conta que sentiu o rosto arder nas duas vezes em que aplicou o produto. "É como se tivesse ficado exposta ao sol sem utilizar protetor solar", conta.

A dona-de-casa afirma que outra pessoa também teve o mesmo problema. "Uma moça que fez curso comigo na perfumaria comentou que teve irritação após a aplicação."

Ana Maria diz ter reclamado o fato à empresa. "Liguei uma única vez. Fui orientada a procurar um médico. Disseram apenas que eu poderia ter tido algum problema digestivo ou outro fator externo. Acredito que poderiam prestar um serviço melhor. Sequer pediram meu nome ou indicaram que tomariam alguma providência. Acho que deviam recolher os produtos para saber se o problema é com o lote (0FA) que comprei."

A consumidora alega que já utilizou maquiagem de outras marcas e que nunca teve reação alérgica. Antes de aplicar os produtos em outras pessoas, os maquiadores são orientados a fazer o teste na própria pele. Ela diz ter pago R$ 58 pelos produtos.

A Nasha Cosméticos, com sede em Taboão da Serra, admitiu ter sido procurada por Ana Maria e tê-la orientado a suspender o uso do produto e a fazer exames para saber se é alérgica a alguma substância que compõem o cosmético. A empresa alegou não ter tido a oportunidade de registrar os dados da dona-de-casa porque ela teria se irritado e desligou o telefone ao ser aconselhada a fazer os exames. A empresa se prontificou a recolher os produtos para análise.

Segundo a assistente técnica do Procon-SP, Miriam Trevisan, a dona-de-casa tem direito ao ressarcimento da quantia paga caso fique comprovado que o produto é o responsável pela alergia que teve. "Ela deve procurar o Juizado Especial Cível mais próximo, levar o produto, a nota fiscal de compra e relatar o que ocorreu."

Ainda de acordo com a assistente do Procon, o consumidor não tem obrigação de fazer exames para saber se é alérgica ao produto. "A empresa é que tem de indicar se o produto apresenta alguma contra-indicação e recolhê-lo caso haja algum problema."

O que fazer antes de adquirir um produto

- Verificar se o produto possui registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
- Observar data de fabricação, prazo de validade e nome do fabricante

- Ler as orientações sobre a composição do produto, como deve ser utilizado e armazenado e se há contra-indicação

- Não comprar cosméticos vendidos por camelôs. O produto pode ficar exposto ao sol e sofrer alterações em sua composição química

- Antes de passar qualquer produto no rosto, fazer o teste em pequena quantidade em outra parte do corpo

- Produtos importados devem ter as informações traduzidas na embalagem




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