Artigo

A posição da bancada do governo de enterrar o projeto de criação de outros partidos políticos é tentativa de golpe contra quem discorda dos objetivos desse governo. Recentemente, em evento com a presença de ministros e parlamentares, a presidente destacou: ‘Nós podemos disputar eleição. Nós podemos brigar na eleição, nós podemos fazer o diabo quando é hora da eleição. Agora, quando a gente está no exercício do mandato, nós temos que respeitar o povo'.

Com essa posição tomada, orquestrada no Palácio do Planalto, pode-se afirmar que ela está fazendo o diabo agora, rasgando o discurso e mostrando que o que menos importa é o povo e a dignidade. Some-se a tudo isso o enterro que fez da reforma política, que tinha por objetivo primordial aprimorar o processo eleitoral. O interessante é que essas medidas são tomadas em abril, mesmo mês no qual, no início da década de 1970, o general-presidente Ernesto Geisel editou o Pacote de Abril ou Pacote do Alvorada para conter o avanço da oposição no País. Por esse pacote foram eleitos os senadores biônicos de forma indireta para garantir a maioria do governo no Congresso, além do fechamento temporário deste.

Esse é governo de tentativas e erros. A presidente já editou diversos pacotes como forma de tentar controlar as leis da economia e estimular o consumo, mas não obteve os resultados desejados. Previsões de crescimento são pessimistas para 2013, a inflação dá claros sinais de volta e o governo lança mão de medida que privilegia banqueiros: aumento de juros. Clara demonstração de que maldades contidas no baú estão no fim.

Da mesma forma que o governo encontra seus caminhos, tortuosos para a população e para a democracia, a oposição, com certeza, saberá se reinventar e buscar alternativas para superar essas mazelas de Dilma e seu séquito. A atitude do governo, por meio da ação de sua base parlamentar, ao contrário do que parece, demonstra fraqueza política, e enfraquecimento na sociedade, além de clara demonstração de insegurança quanto ao seu futuro eleitoral, seu isolamento e fragilidade, cada vez mais exposta, ao chamar de volta para o governo todos aqueles que a presidente expurgou em nome da faxina. Há reais indícios do enfraquecimento do jeito petista de governar. As forças da oposição democrática podem sonhar como o personagem de Guimarães Rosa, Augusto Matraga: a sua hora e sua vez já aparecem no horizonte do Brasil.

William Dib é médico cardiologista e deputado federal pelo PSDB.

Palavra do leitor

Rock in Rua
Estão de parabéns todos que participam da organização do Rock in Rua. O rock, em qualquer de suas vertentes, queiramos ou não, faz parte da cultura mundial. Só penso que está na hora de valorizarmos alguns anônimos, como, por exemplo, Doutor Rock, personagem de Santo André que leva o nome da cidade para todos os lugares em que é convidado a apresentar shows ou participar de programas em qualquer tipo de mídia. Já teve seus programas em TV (canais fechados) e até hoje é reconhecido em qualquer lugar onde vá, seja em Poá, Embu, Paranapiacaba, São Bernardo, São Caetano, Diadema etc. Quando é que Santo André vai recompensá-lo por toda divulgação gratuita que faz de nossa cidade?
Cesar Guisser
Santo André

Terrenos
Alguém deveria explicar ao prefeito Luiz Marinho que os terrenos desocupados e subutilizados de São Bernardo já cumprem função social: absorvem as águas das chuvas, evitando que a cidade seja inundada. Também seria bom lembrá-lo de que a infraestrutura urbana já beira o colapso e, portanto, não faz menor sentido estimular a ocupação daqueles terrenos com novos empreendimentos imobiliários. Ao contrário dessa proposta predatória, os proprietários que preservam a permeabilidade do solo deveriam, isto sim, ter um desconto em seu IPTU, já que o município economiza ao não precisar construir mais piscinões e consertar os estragos causados pelas enchentes. Quanto aos vários edifícios em ruínas (cuja esmagadora maioria está localizada na região central), estou de pleno acordo. Aliás, vários deles poderiam ser implodidos para dar lugar a uma área verde.
Antonio Cesar Scopel
São Bernardo

Humanos e direitos
Por mais que procure, ainda não consegui entender palavras como ‘humanos' e ‘direitos humanos'. Crimes bárbaros sem o mínino de motivo que justifique, embora crime na verdade não comporte justificativas, são praticados por seres que se dizem racionais entre seres humanos. Serão? Poderá alguém me esclarecer tal sentido? Criminosos matam sem piedade e ainda são protegidos pelos direitos humanos. E as vítimas, não terão também esses direitos humanos? Por que os criminosos, embora presos, gozam de muitas possibilidades de cumprir penas leves e logo estar novamente no convívio da sociedade? Mas, e a dor da família da vítima, como fica? Poderá continuar vivendo feliz no convívio da sociedade? Voltaremos ao velho tempo dos bárbaros? Enquanto isso, nossos políticos discutem entre eles assuntos bem distantes da realidade da violência que estamos vivendo.
Américo Del Corto
Ribeirão Pires

Grave
Aquelas feras que assassinaram cruelmente uma dentista, queimada viva, em São Bernardo apareceram em várias reportagem e não estavam usando nada que as impedisse de atacar outras pessoas, como focinheiras e enforcadores. Grave falha das autoridades!
José Marques
Capital

Impunidade
O clamor de milhões de brasileiros pela redução da maioridade penal tem sido ignorado pelo governo e refutado pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com o argumento simplista de que o sistema penitenciário é escola do crime. Tal argumento só seria válido se nosso País não fosse campeão em criminalidade infantil seguido de impunidade revoltante em todas as idades e níveis sociais. Recordo-me que o ministro afirmou que o sistema prisional brasileiro é medieval, mas, será que criminosos merecem celas de luxo com todos os benefícios pagos pelo contribuinte? Já é hora de o brasileiro exigir que bandidos mirins passem anos em reclusão e trabalho forçado, pois o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e nosso Código Penal ultrapassado apenas contribuem para aumentar a impunidade.
Daniel Marques
Virginópolis (MG)