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São Bernardo tem madrugada de vaivém na enchente
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
26/05/2005 | 07:52
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Por volta das 11h desta quarta, a gerente comercial Daniela Ayello, 32 anos, ainda tentava entrar em casa na rua João de Campos, na Vila Orlandina, em São Bernardo. Por conta da inundação, ela e o marido tiveram de passar a noite num vaivém entre a casa de parentes em Rudge Ramos e a rua onde moram, na esperança de que água tivesse baixado. "Desde as 18h de ontem (terça-feira) tento chegar em casa, mas é impossível. Tudo está alagado. Minha preocupação maior é com os cachorros que estão sozinhos." A Vila Orlandina fica nas imediações da rua Afonsina.

Moradora do bairro há dois anos, ela é vítima de enchente pela segunda vez. "Em janeiro, quando houve aquele temporal, minha casa também foi alagada. Perdemos tudo o que tínhamos no piso de baixo, máquina de lavar, móveis e alguns equipamentos do trabalho do meu marido. Quando comprei a casa sabia que aqui era ponto de inundações, mas não imaginava que acontecia com essa freqüência."

Desde o último incidente, Daniela mal conseguiu repor os objetos perdidos. "Daquela vez fiquei desesperada. Também não conseguíamos chegar em casa e meu marido acabou entrando na água para conseguir chegar. Foi horrível. O revoltante é passar por isso e ainda termos de pagar o IPTU. Mas fazer o quê?"

Desde o início da noite de terça-feira e a manhã desta quarta, a gerente comercial havia tentado por mais de três vezes chegar à sua casa. Enquanto aguardava, seu celular tocava insistentemente. "Quando não é meu marido pedindo notícias é um cliente. Trabalho em São Paulo, perto da Faria Lima e ainda preciso ir até lá hoje, mas a água não cede. Desta vez está pior do que no ano passado", disse em uma das tentativas. A opção final foi sentar no carro, em plena rua alagada, e esperar a água baixar.

Sem saída - O torneiro ferramenteiro Jair José Batista acabou se tornando a companhia de Daniela, na manhã desta quarta. Enquanto ela tentava chegar em casa, ele aguardava para poder chegar na empresa onde trabalha. "Com este caos todo, duvido até que o proprietário tenha conseguido chegar. Ligo lá e ninguém atende." A empresa fica no mesmo bairro, em uma travessa da rua Afonsina.




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