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Virgínia Rosa honra o 'comandante'
Luciane Mediato
Especial para o Diário
21/06/2011 | 07:00
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Virgínia Rosa traz a São Caetano o show "Baita Negão", na quinta-feira (30). No repertório, serão relembrados clássicos do samba como "Mora na Filosofia", "A Fonte Secou" e "Me Deixa em Paz", entre outros de autoria do músico carioca Monsueto Campos de Menezes (1924-1973).

A apresentação leva o título do mais recente CD da cantora paulistana. Virgínia convocou 11 produtores, um por faixa, no que considera modesto apanhado para fazer justiça à obra de Monsueto, o Comandante, como era conhecido no meio sambista.

Ela orgulha-se de ter contado com a participação do cantor Martinho da Vila em "Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo", parceria com José Batista e produzida por Skowa. Martinho chegou a conviver com Monsueto.

A canção foi uma das que provocaram a redescoberta de Monsueto, em 1972. Foi gravada por Caetano Veloso no disco "Araçá Azul". No mesmo ano, Milton Nascimento e Alaíde Costa cantariam "Me Deixa em Paz", escrita com Ayrton Amorim, no trabalho duplo "Clube da Esquina" (no álbum de Virgínia, produzida por Che e Paulo Cunha).

Ainda em 1972, Caetano lançaria "Transa", gravado em Londres, que incluía "Mora na Filosofia", feita com Arnaldo Passos (em "Baita Negão", produzida por Celso Fonseca).

Monsueto morreria no ano seguinte à retomada de sua obra. Mas seguiu despertando curiosidade em alguns intérpretes. Caso de Marisa Monte, que gravou em seu disco "Mais" (1992), a tradicional "Lamento de Lavadeira", parceria do Comandante com Nilo Chagas e J. Vieira Filho.

Virgínia também se incluía no grupo, mas com interpretações esporádicas das pérolas até decidir produzir "Baita Negão". "Muita gente não conhece nem sabe da importância dele ou até cantarola as músicas, mas desconhece a composição. Eu, como outros cantores da nova geração, devo resgatar. Claro que podemos dar um toque da nossa personalidade. Eu, por exemplo, deixei as músicas mais lentas, como no blues", conta Virgínia.

Monsueto mantinha discurso social nas suas composições. Ele era considerado o guru do samba da década de 1960. Foi alguém que conseguiu, em uma época turbulenta, sorrir sem perder o senso crítico. "Para mim ele marcou a história da música brasileira. Comandante cantava as tristezas do povo. Em suas letras, a desigualdade social brasileira era escancarada", diz a cantora.

Virgínia foi vocalista da Banda Isca de Polícia, de Itamar Assumpção, ao lado de Suzana Salles e Vânia Bastos. A cantora chegou à vanguarda por acaso, depois de ter aulas de música com o guitarrista de Itamar, Luiz Rondó, escolhido por meio de um anúncio de jornal. E não parou. Depois da dissolução da banda, Virgínia passou a investir mais a sério em sua carreira.

Para o público da região, é a oportunidade de testemunhar ao vivo o encontro entre Monsueto e uma intérprete primorosa.

Virgínia Rosa Música. Quinta (dia 30), às 20h. No Teatro Santos Dumont - Av. Goiás, 1.111, São Caetano. Tel.: 4223-8800. os ingressos estão disponíveis na Rede INGRESSOSESC e os valores variam de R$ 3 e R$ 12.




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