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Prefeitura de Diadema
desaloja Unifesp

Administração não renovou o contrato de cessão
do prédio para a Fundação Florestan Fernandes

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
21/07/2013 | 06:48
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Orlando Filho/DGABC


Impasse envolvendo a Prefeitura de Diadema e a Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo) traz incerteza em relação ao futuro dos estudantes da unidade Manoel da Nóbrega, junto à Fundação Florestan Fernandes, no campus Diadema da instituição de ensino. O contrato de cessão do terreno localizado na área central da cidade, por parte da administração municipal, vence em outubro e não há acordo entre as partes para que este prazo seja estendido.


Conforme explica a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, a área cedida pela Prefeitura seria necessária para a instituição de ensino por pelo menos mais quatro ou cinco anos, tempo hábil para a construção de edifícios anexos às unidades próprias já existentes – a José de Filippi, no Eldorado, e a José de Alencar, no Centro. “Esperamos que o prefeito tenha essa sensibilidade para entender que a instituição federal é importante para a cidade”, comenta. A edificação hoje oferece salas de aula, biblioteca e cozinha e recebe parte dos cerca de 2.000 estudantes da universidade.


Soraya explica que a instituição segue sem alternativa para solucionar o problema. “Estamos sem plano b. Se houvesse prédios disponíveis no município, a gente compraria, mas temos esperança de que essa situação será solucionada da melhor forma”, destaca. Entre as alternativas cogitadas pela direção do campus, mas que logo foi descartada, está a locação de galpão industrial localizado na Avenida Alda. “O imóvel aventado para alugar não está adequado, não oferece condições mínimas de infraestrutura necessária”, diz.


Para os estudantes, a locação do imóvel também não é a melhor saída. Não há concordância em relação ao espaço, afastado e de difícil acesso para os alunos, e o valor do aluguel – R$ 300 mil mensais – é considerado inapropriado. “Será um gasto alto para revitalizar o espaço e um custo de R$ 21 milhões por cinco anos em uma área perigosa e inadequada”, observa a representante discente do campus Diadema da Unifesp, Letícia Moreira.


Por meio de nota, a Prefeitura de Diadema informou apenas que tem planos de expandir os cursos oferecidos atualmente pela Fundação Florestan Fernandes. Entre as propostas está a implantação de disciplinas técnicas na área de Recursos Humanos e Gastronomia, com necessidade de utilização de cozinha industrial.


Segundo a administração municipal, a direção do campus demonstrou interesse de levar as edificações hoje afastadas para os prédios próprios durante reunião realizada neste ano.

Audiência discute infraestrutura
Além da necessidade de desocupar o espaço no Florestan Fernandes, audiência pública realizada no início do mês entre a reitoria e os estudantes debateu principalmente a questão da infraestrutura do campus Diadema. Está nos planos da reitoria a consolidação da unidade em torno das unidades próprias. Atualmente, a instituição funciona em duas edificações alugadas – Manoel da Nóbrega e Antônio Doll.


“A realização de audiências é uma das estratégias da nossa gestão para apresentar à população demandas de médio prazo e realizar plenárias abertas, tendo em vista a participação da comunidade”, observa Soraya.


A instituição iniciou processo para elaboração de estudo de desapropriação de três terrenos para ampliar a área e favorecer a integração entre pesquisa, ensino e extensão, reduzir os custos com a manutenção, transporte e diminuir o desgaste com o deslocamento da comunidade entre os prédios existentes.


De acordo com a reitoria, a expectativa é reabrir três processos licitatórios no valor de R$ 5 milhões para elaboração de projetos de novas edificações. Para isso, são necessárias adequações no documento, como laudos ambientais e analise de legislação existente, entre outros pontos. Terminado esse processo, será possível elaborar cronograma para que as obras possam sair do papel.

BANDEJÃO
Um dos principais problemas enfrentados pelos estudantes da Unifesp Diadema é a inexistência de restaurante universitário desde 2011.
O drama está previsto para chegar ao fim amanhã, quando o equipamento será novamente aberto à comunidade acadêmica. Para celebrar a data, os alunos organizam uma inauguração do bandejão com direito a traje de gala.


“Estamos esperando 300 pessoas para o evento. Muita gente ainda não acredita que o restaurante entrará em funcionamento”, observa a discente Letícia Moreira. Os alunos tinham de esquentar as marmitas nos poucos micro-ondas disponibilizados pela instituição.



Destino do campus Morumgaba será definido em 2014

A indefinição acerca da construção da unidade Morungaba do campus Diadema da Unifesp deve ter fim em 2014, quando ficará pronto plano diretor de infraestrutura da instituição de ensino. O projeto será licitado em agosto e, para tanto, foi enviado a Brasília plano de trabalho para complementação orçamentária para este ano.


Apesar de ser área própria, o terreno onde está prevista a construção da unidade Morungaba está em espaço de proteção ambiental. “Além de ser área de preservação, é distante das outras instalações. Teremos que pensar na logística e transporte dos alunos”, observa a reitora Soraya. Entre as alternativas cogitadas para a área está a instalação de centro poliesportivo e de salas para os cursos de ciências ambientais no local.


Soraya explica que a ideia é organizar a infraestrutura existente e congregar os espaços de aulas, biblioteca e restaurante nas unidades próprias – a José de Filippi, no Eldorado, e a José de Alencar, no Centro. Isso facilitaria o deslocamento de todos no dia a dia.
 




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