Surgiram há 300 anos, mas nenhuma existiria se o homem não tivesse domesticado o lobo milhares de anos antes
Saber exatamente o número de raças caninas existentes não é tarefa fácil. A Federação Internacional de Cinologia (responsável pelo registro delas) reconhece cerca de 350 em todo o mundo. No entanto, sempre podem surgir novas, que só serão oficializadas se seguirem regras, como ter características (tamanho, pelagem, comportamento, entre outras) muito diferentes das raças que já existem.
Os cães surgiram com a domesticação dos lobos há milhares de anos. Os mais dóceis eram selecionados pelo homem para a reprodução. Assim, com o passar do tempo, os filhotes nasciam cada vez mais mansos, facilitando a convivência com os humanos. Dessa forma, o bicho poderia servir para proteger as pessoas, caçar e cuidar de rebanhos.
Acredita-se que as primeiras raças apareceram há cerca de 300 anos. Não se sabe ao certo como muitas foram criadas, mas todas surgiram porque o homem separou cães com determinadas características e os fez reproduzir. Os filhotes, então, herdavam os mesmos traços e comportamento.
O objetivo, no começo, era fazer com que os animais atendessem às necessidades humanas. Na Inglaterra, por exemplo, o terrier foi criado para caçar roedores. Em regiões muito frias do Hemisfério Norte, o husky siberiano tem a função de puxar trenós.
O problema é que a seleção feita pelo homem pode tornar os animais menos resistentes. É o caso do buldogue que respira com dificuldade por causa do focinho curto. Também não consegue se reproduzir naturalmente, só por meio de inseminação artificial.
Como surgem os vira-latas?
Quando cães de raças diferentes se reproduzem, os filhotes são chamados SRD (Sem Raça Definida), famosos como vira-latas. Isso porque o animal não tem as características necessárias para pertencer a uma raça específica. Afinal, cada um pode nascer de um jeito: pequeno ou grande, com rabo comprido ou curto, pelos de única cor ou muitas, orelhas longas ou menorzinhas.
Em geral, a mistura torna os vira-latas mais resistentes. Quando se reproduzem naturalmente (sem serem selecionados pelo homem, como ocorre com os de raça) só os mais adaptados sobrevivem e produzem descendentes. Assim, transmitem para as gerações seguintes melhores características, tornando-as mais fortes. Não significa, porém, que não podem ficar doentes ou que viverão mais.
Saiba mais
O fila brasileiro e o terrier brasileiro são as únicas raças do País reconhecidas pela Federação Internacional de Cinologia.
Cada raça tem características próprias, mas todos os cães precisam dos mesmos cuidados: alimento, água, abrigo e carinho.
Quem fez a pergunta: Mariana Gordiano da Silva, 9 anos, de São Caetano, ama cães e acredita que existam muitas raças. “Conheço pelo menos dez.” A garota não tem cachorro, mas, se pudesse, cuidaria de um pit bull. “A vizinha da minha tia tem e acho bonito. Dizem que é perigoso, mas não tenho medo.”
Consultoria de Fernando Antonio Bretas Viana, professor da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, e de Ricardo Simões, presidente do Conselho de Arbitragem da Confederação Brasileira de Cinofilia.
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