Política Titulo Diadema
Falta de equipamento interrompe exames por imagem em Diadema

Funcionários do Quarteirão da Saúde relatam calote
do governo Lauro à firma, que teria retirado aparelhos

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
09/08/2017 | 07:00
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Montagem/DGABC


A Prefeitura de Diadema, gerida por Lauro Michels (PV), parou de realizar exames por imagem no Quarteirão da Saúde, no Centro, por falta de equipamentos. Funcionários do hospital relataram ao Diário que a firma terceirizada, contratada para administrar os serviços, retirou aparelhos do local porque está sem receber há meses. A empresa nega.

O Diário apurou que os serviços de diagnóstico por imagem no Quarteirão (mamografia, raio X, tomografia computadorizada, densitometria óssea, ultrassonografia e biopsias) estão paralisados pelo menos desde o início de julho.

A firma contratada para realizar os procedimentos e por fornecer mão de obra para vários equipamentos de Saúde em Diadema é a Fidi (Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem). A empresa negou que os serviços tenham sido paralisados. Porém, ontem a equipe de reportagem do Diário esteve no Quarteirão e constatou que os exames por imagem não estão sendo realizados. O espaço no prédio destinado ao atendimento desses pacientes, no térreo, estava praticamente vazio. Um funcionário informou que apenas ultrassons estão sendo oferecidos às gestantes, mas moradoras relatam preocupação.

Grávida de nove meses, a artesã Tammy Suellen, 27 anos, questionou funcionários do Quarteirão se era possível realizar o procedimento no local, mas a resposta não a convenceu. “Eu perguntei se posso fazer o exame e me responderam: ‘Mais ou menos’”, contou a munícipe, ao emendar que não tem condições de bancar o exame na rede privada. “Isso me preocupa, porque a gravidez já completou 36 semanas e é o último ultrassom que eu preciso fazer”. Por se tratar de equipamento de urgência e emergência, o Hospital Municipal, em Piraporinha, segue realizando exames de raio X.

Além de manter contrato em Diadema, a Fidi também atua em São Caetano. O Diário questionou à empresa sobre detalhes do contrato com o governo Lauro e quais faturas o Paço diademense deixou de pagar, mas a firma negou os valores alegando “questões de confidencialidade” e informou que não há histórico de paralisações dos exames.

Dados do Portal da Transparência do Paço indicam que, desde que começou a prestar serviços ao município, em 2011, a Fidi já recebeu R$ 17,8 milhões da Prefeitura de Diadema. Só neste ano o governo Lauro depositou R$ 445,9 mil à empresa. Os contratos vigentes foram firmados sem licitação em 2013 e, desde então, são prorrogados.

OUTROS CASOS
Também por falta de pagamento do governo Lauro, o município quase ficou sem os serviços de limpeza urbana na cidade. Funcionários terceirizados do setor ameaçaram entrar em greve depois que o Consórcio Peralta-Construrban, informou que não tinha dinheiro para pagar os salários. A firma aponta calote de R$ 4,82 milhões do Paço, que se comprometeu a pagar uma das faturas vencidas e conseguiu, por ora, impedir a paralisação.

Questionada sobre a paralisação dos exames, a Prefeitura não se manifestou. 




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