Economia Titulo
Região tem 47 mil
postos de trabalho
Vinicius Gorczeski
28/08/2011 | 07:00
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Mesmo com o arrefecimento da construção civil neste ano, reflexo das medidas econômicas a fim de encarecer o crédito e combater a escalada nos preços, a região contratou 1.835 trabalhadores do ramo nos últimos 12 meses, o que representa uma alta de 4,02% no período.

Por conta das ações anti-inflacionárias, este ano o ritmo de expansão já é menor: são 572 trabalhadores novos atuando nas sete cidades entre janeiro e junho. Número que representa crescimento de 1,22% no período. No total, 47.495 empregados do setor estão em estoque na região. É o que aponta dados levantados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, com sede regional, a pedido da equipe do Diário.

"Analisando por período maior se constata a realidade econômica atual, que ainda mostra vigor na construção civil", ressalta a diretora adjunta da regional do Sinduscon, Rosana Carnevalli, ao acrescentar que a menor variação entre os últimos meses também ocorre porque há uma transição entre lançamentos imobiliários.

No ano passado, a região e o País viveram boom imobiliário. Em Santo André foram criados até junho, na comparação 12 meses, 889 vagas - alta de 10,38%.

O recorde ocorreu em março do ano passado, quando abriu 1.653 oportunidades (23,62% em um ano). De janeiro a junho, foi a cidade que mais formalizou empregados do setor, 740, aumento de 8,49% no acumulado do ano.

São Bernardo fechou 262 postos neste ano: queda de 1,90%. Mas no comparativo anualizado, a cidade computou 178 trabalhadores, aumento de 1,33%. O recorde de contratações foi em outubro, quando 1.479 trabalhadores registraram carteira (11,48%). São Caetano teve saldo positivo nesse período, em 156 vagas (1,49%). O pico ocorreu em julho do ano passado: 2.155 vagas registradas na comparação anual (24,87% no período).

A queda nas contratações neste ano (Ribeirão Pires liderou o fechamento: 588, baixa de 38,31% na soma anualizada) também é explicada por outro motivo. A região quer reduzir seu coeficiente de construção, a fim de impedir verticalização acelerada (em São Caetano já vigora lei do tipo). Como consequência, parte do mercado deixou de ser atrativo para incorporadoras, segundo Rosana. Isso ocorre sobretudo porque os preços sofreram picos durante o boom do setor, durante o ano passado. Mas não baratearam quando a área útil para construir foi reduzida, o que emperra outros lançamentos. Reflexo se dá nos postos de trabalho, com menos vagas. "Mesmo assim ainda teremos ano forte, mesmo que não ocorra de forma semelhante a 2010", diz Rosana.

Na semana que vem ocorre na Capital a feira ConcreteShow, que visa, entre apresentações e reuniões multilaterais entre investidores do setor, discutir os rumos da construção civil, do mercado imobiliário a grandes obras de infraestrutura e industriais.

Da região, 12 empresas estão confirmadas.

A coordenadora de Marketing e Vendas da diademense NS Brazil Tecnologia em Pisos, Cátia Cilene Briques, afirma que o déficit de habitação é fato que estimula investimentos. Acrescenta ainda que é oportunidade de apresentar produtos e manter canal com empresas estrangeiras. "A feira é uma vitrine para o setor, no Brasil", afirma.

Cláudia Godoy, Diretora Geral da UBM Sienna, que promove e organizadora a feira, diz que esse setor põe o País em segundo lugar no ranking mundial: perde apenas para os EUA. "Se houve desaceleração no ritmo isso não significa que parou de crescer, haverá equilíbrio entre oferta e demanda", prevê, elencando que ocorrerão discussões no evento para apresentar alternativas ao apagão de mão de obra qualificada do setor no País, que pode comprometer o desempenho habitacional e de infraestrutura nos próximos anos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada, além de destacar crescimento da feira, com apenas cinco anos, em 352%.




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