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Sabesp quer incorporar Emae e gerar energia elétrica
Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
07/11/2008 | 07:01
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A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) pode assumir novo perfil em 2009. A empresa quer gerar energia elétrica a partir de duas quedas d'água do sistema Cantareira. Estudos da empresa mostram que as obras demandariam dois anos e renderiam cerca de 7.000 megawatts por hora. O projeto, por enquanto, é tratado com cautela diante de uma possibilidade ainda maior: a incorporação da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), responsável pela administração de usinas, como a Henry Borden, que utiliza água da Represa Billings para produção de energia em Cubatão.

Juridicamente não há impedimento. Ambas são sociedades de capital misto, cujo acionista majoritário é o Estado. O negócio já foi sinalizado como viável, com nota publicada no Diário Oficial do Estado. O texto informa a acionistas e ao mercado em geral que a Emae firmou acordo de confidencialidade com a Sabesp com o objetivo de iniciar tratativas, sem qualquer efeito vinculante, que poderão resultar na reorganização societária da empresa ou na aquisição das ações de seu capital.

O superintendente de desenvolvimento operacional da Sabesp, Eric Cerqueira Carozzi, disse que as negociações estão em andamento. "Temos projetos para produzir energia há muitos anos, mas somente agora o mercado se mostrou atraído. Antes de colocá-los em prática, porém, temos de aguardar pela decisão a respeito da Emae."

A possibilidade de compra, incorporação ou fusão pode depender ainda de aprovação na Assembléia Legislativa. Para o deputado da situação Orlando Morando (PSDB), o assunto merece debate na casa.

"Se o projeto for mesmo encaminhado, teremos de discutir qual das opções é a mais indicada e quais responsabilidades serão atribuídas a essa nova empresa. Pode ser que haja um conflito de interesses, principalmente sobre as questões que envolvem a proteção dos mananciais", afirma.

O plano inicial prevê investimento de R$ 18 milhões para viabilizar as pequenas centrais hidrelétricas de Cascata e Guaraú, na região de Peruíbe. Juntas, as duas fontes poderiam produzir o consumo de uma cidade com 12 mil habitantes ou diminuir em 2,2% os custos da Sabesp em energia. Somente em 2007, a empresa gastou R$ 500 milhões em contas de luz.

Se o negócio se concretizar, a companhia de saneamento pode economizar ainda mais, já que o governo planeja aumentar a geração de energia da Henry Borden a partir do bombeamento de 50 m³ por segundo de água (tratada) do Rio Pinheiros para a Billings. O maior resultado da incorporação pode ser a oficialização do uso misto da represa: abastecimento e geração de energia.




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