Pelo menos 30 funcionários comissionados da Prefeitura de Ribeirão Pires deverão ser exonerados na próxima terça-feira. O município tem até sexta-feira para atender a uma solicitação do MP (Ministério Público) que, embasado na súmula vinculante número 13 do STF (Supremo Tribunal Federal), pede a exoneração de todos os cargos de confiança do Executivo e do Legislativo da cidade que envolvam nepotismo (contratação de parentes).

O número de postos de confiança dispensados por esse motivo ainda pode aumentar. Segundo informações ventiladas na Câmara, o total de exonerações pode chegar a 50.

Câmara - Na sexta-feira, , oito funcionários foram dispensados da Câmara por nepotismo. Segundo fontes da Casa, os funcionários trabalhavam nos gabinetes de João Lessa (PSDB - 3), Gerson Constantino (PV - 1), José Nelson de Barros (PPS - 2), Arnaldo Pereira de Souza (PSB - 1) e do presidente da Casa, Edson Savietto, o Banha (PDT - 1). "Todas as pessoas que admitirmos na Câmara vão ter de assinar uma declaração de que não têm parentes na Casa", explicou Banha.

Na avaliação do prefeito Clóvis Volpi (PV), a exoneração fará com que o município "perca funcionários muito bons". "Isso é uma ingerência muito grande, pois você pode ter dois funcionários muito bons em uma mesma família", avaliou o verde. O filho e o irmão do prefeito trabalham no Executivo. O primeiro, Luiz Gustavo Pinheiro Volpi, é secretário de Juventude, Esporte e Lazer, enquanto Antonio Volpi, irmão do chefe do Executivo, comanda a Pasta de Finanças.

Ambos deverão ser mantidos nos cargos, pois a súmula do STF exclui da legislação os cargos de ministros de Estado e secretários estaduais e municipais. A Prefeitura de Ribeirão Pires informou que Volpi não cogitou exonerar os parentes.

O prefeito declarou que o município "não irá brigar" e que irá cumprir a lei. "Em alguns casos, faremos reposição das vagas que ocorreram exoneração, como em escolas que já começaram o período letivo". (Supervisão Sérgio Vieira)