A equipe do prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), estima que a herança financeira deixada pelo antecessor, o secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), chegue a R$ 250 milhões. A Pasta da Fazenda está prestes a consolidar o levantamento sobre a situação exata de cada setor do Paço na semana que vem e anunciará medidas estratégicas a serem tomadas pelo governo para conter o deficit.

O trabalho desempenhado pela secretária da Fazenda, Merle Marlene Trassi, está praticamente finalizado. Pinheiro já teria em mãos o valor total do rombo e aguarda apenas fechamento do planejamento da administração para sanar a questão. O peemedebista assumiu o Paço e deu ordem ao secretariado para contingenciar gastos. A previsão é de que se estabeleça uma porcentagem geral do Orçamento que será congelada e destinada para quitação das dívidas.

Apesar de o núcleo duro do governo tentar evitar que informações individuais vazem, a saúde financeira de alguns setores vêm sendo especuladas na cidade. Entre as principais causas do deficit estão atraso no pagamento com fornecedores e com o funcionalismo público, que não teve abonos pagos por Auricchio em dezembro. Os passivos podem se tornar dívida consolidada do município.

O DAE (Departamento de Água e Esgoto), sempre exaltado por ser autarquia que trabalha no azul, pode estar com dívida na casa dos R$ 10 milhões. A informação, entretanto, é questionada por funcionários próximos ao prefeito, já que o setor nunca registrou problemas de finanças. A Fumusa (Fundo Municipal de Saúde), departamento subordinado à Pasta de Saúde com função de auxílio, pode estar com deficit de R$ 60 milhões.

Quando Auricchio assumiu a Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Juventude na segunda-feira, a Prefeitura divulgou nota sobre "a real situação do Esporte" em São Caetano. O setor tem atrasos no pagamento para atletas de alto rendimento e a fornecedores. Somada a quantia pode chegaria a R$ 2,4 milhões.

EMBATE

O estudo do Paço deve contradizer a perspectiva dada por Auricchio em dezembro, quando afirmou que a herança seria apenas de restos a pagar que atingiriam até 10% do Orçamento de 2013 - estimado em R$ 1,035 bilhão -, referente a R$ 110 milhões. Auricchio também considerou que os cofres municipais teriam o montante empenhado para sanar o deficit.

O ex-prefeito avaliou que a situação foi comum nos 30 anos de seguidas gestões petebistas no Palácio da Cerâmica e que ele mesmo herdou restos a pagar do prefeito Luiz Tortorello (morto em 2004).

A previsão de Pinheiro sobre a dívida flutuou conforme detalhes recebidos por técnicos da Prefeitura. Durante a transição de governos no fim do ano passado, o peemedebista estimava até R$ 500 milhões em passivo. Já no governo, a previsão inicial foi de R$ 300 milhões.