Parece até que foi ontem, mas já se passaram 11 anos desde a saída de Kaká do São Paulo. Neste domingo, o Estádio do Morumbi e os cerca de 28 mil torcedores da equipe receberam o atleta de 32 anos de braços abertos. O ídolo tricolor ficará no clube até dezembro, quando, então, seguirá aos Estados Unidos para integrar sua nova agremiação, o Orlando City.

Ao lado do presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, Kaká fez questão de mostrar o quanto estava emocionado por voltar. “Ver o Morumbi cheio e meus familiares presentes é muito emocionante”, disse, em entrevista coletiva realizada no início da tarde de ontem. O meia também se lembrou de quando deixou o Tricolor e de que parte da torcida o criticou na época. “Isso fez com que eu amadurecesse”.

Quando questionado a respeito de seu desempenho, Kaká foi direto. “Estou mais maduro e experiente em campo. Escolho melhor as jogadas. Quando moleque, muita coisa é por impulso, por improviso. Hoje tenho mais sabedoria na hora de escolher a jogada”, afirmou o meia. “A torcida pode esperar o Kaká da última temporada com o Milan”, ressaltou.

Além do São Paulo, no qual atuou dos 8 aos 21 anos, Kaká passou pelo Milan, onde jogou por sete anos, e no Real Madrid, por quatro anos. Agora, de volta ao time que lhe deu espaço no começo no futebol, Kaká demonstrou vontade de conquistar algo inédito na carreira. “Terei a oportunidade de conquistar outros títulos, quero muito ser campeão brasileiro. Não tenho esse título ainda.”

Após o fim do empréstimo ao São Paulo, Kaká irá apresentar ao time norte-americano. “Meu desejo nos Estados Unidos é de ter algo novo, o futebol está em desenvolvimento por lá e vou aprender muita coisa nesta liga”, disse.

Mas como nada é certo na vida, quando se falou em disputar a Libertadores de 2015 pelo Tricolor, caso garanta a classificação, Kaká destacou a responsabilidade com o time norte-americano, mas não escondeu por completo a vontade de defende o time paulistano por mais tempo. “Tudo vai depender do fim da temporada. O acordo entre os clubes é de seis meses. Vamos deixar esse assunto para o fim do ano, entre os presidentes dos dois clubes.”

Kaká não sabe a data exata em que vai reestrear com a camisa do São Paulo, mas já está firme nos treinamentos há uma semana. Ele diz que sua prioridade, agora, é fortalecer a parte física e, assim que der, começar a trabalhar juntamente com o restante do elenco.

Futebol e música no retorno do meia

Além de camisa comemorativa pelo retorno e festa regada à samba e pagode, Kaká foi recebido ontem, em palco montado no Estádio do Morumbi, por colegas de profissão e artistas. O guitarrista e cantor Roger, do Ultraje a Rigor, foi um dos presentes. “Ele enche a gente de esperança. Estou muito contente, com esse time dá para ser campeão”, disse o fã roqueiro.

Outro que levou o público à loucura ao ser anunciado foi o dono da camisa 9 tricolor, Luís Fabiano. Feliz por reencontrar no campo o antigo companheiro, o atacante afirmou que poderá fazer parceria de sucesso com Kaká.

O presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, não escondeu emoção. “Bom filho à casa torna. Kaká, a casa é sua”, afirmou. Capitão do time, o goleiro Rogério Ceni também marcou presença no evento. “Kaká traz acréscimo grande, de atleta e de integridade. É um grande amigo. É um prazer para todo são-paulino ver um atleta que saiu da categoria de base e conquistou o mundo, voltando para cá”, disse Ceni, que aproveitou para dizer que daqui a seis meses voltará para dizer adeus à torcida.

“É um dia especial e memorável na minha carreira, não vejo a hora de começar a jogar”, disse Kaká, ao lado dos amigos.