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Pai de jovem morto
na boate Kiss pede
justiça na Paulista

Pai de jovem morto no incêndio fará protesto hoje no vão livre do Masp, na Avenida Paulista

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
20/07/2013 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Moradores da região farão protesto hoje no vão livre do Masp, na Capital, para cobrar punição aos envolvidos no incêndio da boate Kiss, ocorrido no dia 27 de janeiro. A casa noturna funcionava em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O acidente provocou a morte de 242 pessoas.

O ato de hoje, programado para às 14h. é organizado pelo consultor de informática Paulo Tadeu Nunes de Carvalho, 62 anos. Ele é pai do representante comercial Rafael Paulo Nunes de Carvalho, 32, que morreu asfixiado após inalar a fumaça provocada pela queima da espuma que funcionava como revestimento acústico do teto. O incêndio teve início depois que o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, acendeu sinalizador durante show.

“A nossa luta é contra a impunidade. Os acusados devem ficar presos até a data do julgamento. Há provas claríssimas de dolo eventual, ou seja, eles assumiram o risco de matar”, comenta Paulo. Em maio, o Tribunal de Justiça daquele Estado concedeu habeas corpus para quatro réus no processo. Além do cantor, foram soltos o produtor da banda, Luciano Augusto Bonilha Leão, e os dois sócios da boate, Elissandro Spohr, o Kiko, e Mauro Londero Hoffmann.

O pai de Rafael teme que a falta de punições faça com que outras tragédias semelhantes ocorram no País. “Na época do acidente houve grande comoção popular, inclusive com movimentos para que as pessoas não fossem a casas noturnas que não oferecessem segurança adequada. Mas isso, aos poucos, foi caindo no esquecimento. Com isso, proprietários irresponsáveis podem estar cometendo os mesmos erros em outros locais.” Paulo planeja organizar ato semelhante em Santo André, mas ainda não definiu data.

Segundo o consultor, Rafael morreu enquanto tentava proteger duas amigas, que acabaram sobrevivendo. Paulo conta ter ouvido relatos de que seu filho ficou parado próximo à porta da casa noturna, para evitar machucar outras pessoas. “Ele era alto, até poderia conseguir sair. Mas ele sabia que, em casos de incêndio, muitas pessoas morrem pisoteadas.”

Rafael foi enterrado no dia 29 no Cemitério das Lágrimas, em São Caetano. A paixão do rapaz pelo time do São Paulo foi lembrada por diversos amigos. Muitos, inclusive, torciam para outros clubes, mas vestiram a camiseta do Tricolor em homenagem a Rafael.

O representante comercial fez aniversário dois dias antes da tragédia. Ele viajou a Santa Maria para reencontrar pessoas que conheceu durante intercâmbio de quatro anos na Oceania. Ele havia voltado ao Brasil em 2011.




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