Assim como Picasso, Kandinsky e Miró, os ilustradores do DiárioSeri e Fernandes são fãs dos desenhos feitos pelas crianças. “É meu sonho desenhar como elas. Conforme a gente vai crescendo, criamos barreiras (é certo isso, não é certo aquilo). Criança não tem medo. Tem uma arte pura”, defende Fernandes.

Os dois artistas, que são responsáveis pelas ilustrações e divertimentos do Diarinho, trabalham em jornais há mais de 30 anos. Publicaram seus desenhos profissionalmente pela primeira vez no mesmo ano: 1979. No entanto, entraram no universo dos traços de maneira diferente.

Seri não achava que desenhava bem. Aliás, nem fazia muitas ilustrações na infância. Seu negócio era mesmo inventar histórias, piadas e situações engraçadas.

Certo dia, uma professora viu algumas de suas criações rabiscadas no papel e o incentivou a fazer charges (desenhos humorísticos sobre acontecimentos recentes). Deu certo. “A forma que encontrei de me expressar foi o desenho. Arte é liberdade”, diz o chargista, que é de Santos.

Já Fernandes desenha desde muito pequeno. Na infância, teve algumas ilustrações publicadas na Folha de S. Paulo. “Ficava na expectativa de ver no jornal. Depois, quando saía, mostrava para todo mundo. Foi uma das coisas que me incentivaram”, afirma o artista, que nasceu em Avaré, interior de São Paulo, e também adora fazer esculturas.

Na adolescência, quando trabalhava numa banca de jornal, um ilustrador do estúdio de Mauricio de Sousa elogiou os traços de Fernandes. Foi assim que ele começou a perceber que desenhava bem.

Os ilustradores não conseguem passar muitos dias sem desenhar. Nas férias em casa ou em qualquer outro lugar, estão sempre inventando algo. Na opinião de Seri, quem deseja se profissionalizar na arte precisa estudar e praticar bastante, além de nunca achar que já sabe tudo.