Ainda sem conseguir emplacar um nome no primeiro escalão, o PSB subiu o tom de críticas ao governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV).

Principal cotado para assumir a Pasta de Segurança Alimentar, o vereador Célio Boi (PSB) questionou os secretários Francisco José Rocha (Finanças) e Fernando Moreira Machado (Assuntos Jurídicos) pelo não envio do projeto de lei que isenta o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) das residências atingidas pelo incêndio da fábrica Di-All, no Jardim Ruyce, em 2009.

Célio Boi reclamou bastante da postura do governo, dizendo que tentou resolver o impasse com Chico Rocha e com Machado, mas apenas ouviu promessas. Afirmou que, enquanto a proposta de desobrigação do pagamento do IPTU a vítimas da explosão não chegar à Casa, vai votar contra os projetos encaminhados pelo prefeito.

"Não dá para ficar com a bandeja na mão pedindo o projeto e ninguém resolver nada. Estou estressado com essa situação", esbravejou o socialista. Ele foi apoiado pelo correligionário Vaguinho do Conselho e pela peemedebista Cida Ferreira. "Da mesma forma que tratarem o PSB vamos tratar o governo", garantiu Vaguinho.

A isenção de IPTU é tradicionalmente aprovada pelo Legislativo no início do ano, desde a explosão na fábrica química em março de 2009. Quatro anos após o incêndio há famílias que esperam pela indenização da empresa - ao todo, 23 ingressaram na Justiça pedindo ressarcimento pelos danos em suas residências.

Líder do governo na Casa, o vereador José Dourado disse que já trata do problema com Chico Rocha e avaliou que Célio Boi se precipitou ao criticar a gestão Lauro. "O Boi me ligou e pediu para resolver. Estava fazendo isso e hoje ele vem à tribuna e fala tudo que falou. Precisa ter paciência", opinou o tucano.

Dourado afirmou ainda que "nada será conseguido com base na força". "Sempre há espaço para o diálogo. Não é com ameaça que as coisas avançam."

Um dos primeiros partidos que apoiavam o ex-prefeito Mário Reali (PT) a ingressar na base de sustentação de Lauro na Câmara, o PSB negocia desde o início do ano espaço no secretariado do verde. No fim do mês passado, Lauro chegou a convidar Célio Boi para comandar a Pasta de Segurança Alimentar, mas recuou, principalmente porque não há acordo sobre a subida do suplente Frank Miller (PSB) ao Legislativo.