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Mulher ganha menos, mas conquista cargos antes que os homens
Por Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
18/11/2006 | 19:58
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A cada ano, a participação das mulheres no mercado de trabalho aumenta, e força uma mudança na maneira como o público feminino é visto pelas empresas. Ironicamente, a invasão do salto-alto em cargos elevados é conseqüência do forte preconceito que ainda resiste na sociedade brasileira: elas ganham menos em relação aos homens e, por isso, são mais contratadas.

Segundo levantamento realizado pela empresa de recrutamento Catho On-Line, que reúne depoimentos de pessoas que conseguiram empregos por causa do site, as mulheres ganham 10% menos que os homens, em média. “Recebemos 4 mil depoimentos por mês e observamos que dos contratados, 55% são mulheres, apesar do número de currículos cadastrados ser menor, 45%”, afirma o diretor geral da empresa, Adriano Arruda.

De acordo com o diretor, o fato de o trabalho das mulheres ser mais barato facilita a contratação e a promoção. “Com salários menores, elas conseguem atingir cargos mais altos rapidamente”, aponta. Segundo o levantamento, o número de mulheres na direção das empresas ainda é pequeno. Entretanto, na análise dos últimos 10 anos, observa-se que a participação delas dobrou.

Apesar da discrepância salarial entre os gêneros, a tendência é que as diferenças diminuam. Adriano Arruda explica que, hoje, quando a mulher muda de empresa, ela já exige um salário melhor, ou seja, futuramente as remunerações estarão equilibradas. “As novas gerações já entram no mercado de trabalho com outra postura. O preconceito diminui com o passar do tempo. A preocupação das empresas agora é contratar quem produz”, afirma.

A Catho aponta que a principal área de interesse da mulher é a de Humanas – elas dominam os setores de Recursos Humanos e Relações Públicas. “Na área Industrial/Operações e Processamento de Dados, as mulheres têm uma pequena participação.”

A pesquisa mostra ainda que na cúpula das empresas, a área presidencial, as mulheres também têm uma participação discreta com relação aos homens. “Nesse caso, o aspecto emocional é relevante. A mulher é mais emotiva, mas os cargos de liderança exigem um comportamento racional. Acredito que esse tipo de comportamento já começou a mudar ”, comenta. Somado a esse fator, a carga de estresse das executivas, em especial, é muito maior. “Elas precisam mostrar sucesso no trabalho e em casa, diferente dos homens”, acrescenta.

O diretor da empresa de recrutamento aconselha às mulheres desempregadas – ou que queiram mudar de emprego – a não ter receio de enviar currículos e, principalmente, investir nos relacionamentos profissionais. “As mulheres devem procurar o mercado de trabalho.”



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