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Filiação de Bolsonaro agrada PL na região

Vice-prefeito de Santo André e prefeito de Ribeirão Pires reagiram bem à vinda do novo correligionário

Por Arthur Gandini
Do Diário do Grande ABC
01/12/2021 | 00:15
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André Henriques/DGABC


O presidente Jair Bolsonaro se filiou ontem ao PL (Partido Liberal) após dois anos sem vínculo com uma legenda. O objetivo foi obter tempo de propaganda partidária no rádio e na televisão, assim como palanques estaduais que auxiliem a sua candidatura à reeleição no ano que vem. Bolsonaro deixou o PSL (Partido Social Liberal) em novembro de 2019 após disputa sobre o controle do fundo partidiário e de diretórios da sigla. Na nova legenda, o acordo costurado deve conceder ao presidente a influência pretendida. E as duas lideranças do PL atuantes no Poder Executivo do Grande ABC foram bem receptivas à chegada do novo correligionário.

“Vejo (a vinda do presidente Jair Bolsonaro) de forma positiva. A chegada dele ao PL fortalece a imagem do partido nas esferas municipal, estadual e nacional. Vejo essa movimentação com bons olhos”, declarou o vice-prefeito de Santo André, Luiz Zacarias, que também se filiou ao partido em agosto deste ano, depois de passar dez anos no PTB.

Já o prefeito de Ribeirão Pires, Clovis Volpi, afirmou que a chegada de Bolsonaro é bem-vinda. “Tanto eu quanto (outros) integrantes do PL somos todos partidários e muito próximos do presidente nacional (do PL) Valdemar Costa Neto. A decisão foi partidária pelo diretório nacional, depois (pelo diretório) estadual e nós aqui não temos que fazer absolutamente nenhuma contestação. Vamos cumprir as determinações do partido”, ressaltou.

O PL foi aliado do PT durante o Governo Lula (2003-2010). O empresário José Alencar, falecido em 2011, ocupou a cadeira de vice-presidente pelo PL no primeiro mandato petista no governo federal. Já Valdemar Costa Neto é conhecido por ter se envolvido no escândalo do Mensalão. Os dois partidos ainda mantêm alianças regionais em Estados do Norte e do Nordeste, como no Amazonas e no Piauí. A proximidade com fileiras petistas dificultou as negociações para a entrada de Bolsonaro no PL.
O Diário questionou Volpi se há lideranças no partido que têm realizado a “contestação” por ele citada. O prefeito ressaltou que a sigla está unida em torno do novo filiado. “Foi muito boa a vinda do presidente para que o partido possa crescer na bancada estadual, na bancada federal, no Senado, colocando pela primeira vez um presidente com o nosso partido”, comemorou.

DEBANDADA

A expectativa do PL é de que figuras políticas apoiadoras de Bolsonaro sigam o seu movimento e ingressem também no partido. Uma delas é o vereador de São Bernardo Paulo Chuchu (PRTB). Ele aguarda um sinal do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), que tem bancado a sua pré-candidatura para a Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) em 2022. “Minha intenção é estar junto do presidente em qualquer situação, mas devo analisar a movimentação do meu líder político. Se o Eduardo migrar para o PL, possivelmente o acompanharei”, prevê.

Outra figura da região que declarava buscar estar ao lado do presidente é o deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL). Em junho, quando Bolsonaro cogitava se filiar ao Patriota, o deputado deu ao Diário a declaração de que “para onde o presidente for, eu vou”.
Questionado novamente, o parlamentar afirma já não ter certeza sobre os seus próximos passos, embora avalie uma mudança de partido. “Eu não decidi absolutamente nada. Tem uma janela (partidária) em março e outra janela, se não coincidir (com o mesmo período), que é a fusão DEM-PSL. Também não sei se fico. Estamos em uma posição bem nebulosa. Queremos estar sempre ao lado do bem”, disse.

O coronel também não se posicionou em relação ao movimento do presidente de ingressar no PL. “É uma opção dele, não tenho nada contra nem a favor. Quando ele deixou o PSL, a gente ficou meio órfão”, lembrou.
A equipe de reportagem também tentou contato com o deputado estadual Thiago Auricchio, liderança do PL na região com base eleitoral em São Caetano, para comentar a chegada de Bolsonaro à sigla. O parlamentar não havia retornado até o fechamento desta edição.




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