Questionar o secretário de Saúde. Essa será a primeira tarefa da CEI (Comissão Especial de Inquérito) montada em Mauá para apurar supostas irregularidades na secretaria comandada por Artur Alves Tizo. Os três membros da comissão levarão ao encontro com o secretário – ainda sem data definida – um documento com 15 tópicos a serem investigados nos próximos meses. “São várias questões a serem respondidas. Trata-se de uma CEI ampla”, afirmou o presidente da Comissão, o vereador Silvar Silveira (PMDB).

Ao lado dos outros dois membros do grupo – o tucano Edgard Grecco, relator da comissão, e o petista Rogério Santana –, Silveira definiu ontem, na primeira reunião da CEI, os próximos passos da investigação: “A comissão vai marcar uma audiência junto com o secretário e, no dia da reunião, levaremos uma cópia do requerimento (que criou a CEI)”, afirmou o parlamentar. A partir da data de recebimento do documento, o secretário terá 15 dias para respondê-lo.

A comissão pretende questionar Tizo sobre o convênio celebrado no dia 24 de março entre Prefeitura e IBDPH (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Pessoa Humana), entidade que substituirá o Instituto Acqua e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) na prestação de serviços médicos à população. “Vamos deliberar item por item”, garantiu Grecco, que representa a bancada do governo – grupo que votou contra a criação da comissão.

O tucano, aliás, foi contrário à idéia proposta pelos outros membros de trazer ao bojo do processo a denúncia feita semana passada na Câmara: o petista Paulo Eugênio utilizou a tribuna para afirmar que alguns médicos plantonistas do Hospital Estadual Radamés Nardini têm trabalhado durante o expediente em redes particulares de atendimento.

“Desse jeito, qualquer situação ocorrida em postos de saúde vai virar denuncismo. Prefiro iniciar os trabalhos baseado nos questionamentos do requerimento”, justificou Grecco. Mesmo assim, ficou acertado que a comissão juntará ao processo a transcrição das falas feitas por Eugênio.

Verbas – Também serão investigadas pela Comissão as verbas federais disponíveis à cidade para a construção de três UBS’s (Unidade Básica de Saúde).

Segundo o requerimento, tal quantia corre o risco de ser recolhida pelo governo federal devido à não utilização pela administração no prazo previsto.

A ex-secretária de Saúde, Sandra Regina, em entrevista concedida ao Diário no final de janeiro deste ano, já alertara sobre esta possibilidade. A idéia da comissão é convocar o atual secretário de Finanças, Renato Galvano, para dar explicações sobre os repasses não utilizados.