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Procon dá dicas para evitar dor
de cabeça com material escolar
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
15/01/2011 | 07:08
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Quem tem filhos em idade escolar já sabe: esta época do ano resume-se, além de acertar dívidas, escolher onde comprar a lista de materiais escolares sem desequilibrar o orçamento doméstico. Com o início das aulas próximo, a movimentação nas lojas já é grande, mas todo cuidado é pouco na hora de adquirir produtos, segundo o Procon de Santo André.

Para economizar, além de gastar sola de sapato atrás do melhor preço, a diretora do órgão de Santo André, Ana Paula Satcheki, orienta que é fundamental verificar na lista encaminhada pelas instituições de ensino se todos os produtos requisitados são adequados à faixa etária dos filhos.

 "Às vezes alguns materiais pedidos nem competem com as habilidades da criança. Por exemplo, não adianta comprar material requintado se ela vai usar só lápis de cor e folha de papel", diz.

Para ela, muitas instituições colocam itens que serão utilizados pelo grupo e não pelo aluno em particular. "É uma atitude completamente distorcida, mas muito comum. Se a escola precisa de material, é ela quem tem de arcar com isso, não os pais", aponta.

A diretora conta casos onde mais de 200 produtos foram colocados na listagem, sem necessidade. "É bom verificar quando eles serão usados também porque, muitas vezes, se a atividade que exige o item ocorre no segundo semestre não é preciso comprá-lo agora, quando há diversas outras contas vencendo em casa."

Após a constatação de que não há problemas com a lista, o passo seguinte é fazer pesquisa de preços. A qualidade dos produtos deve ser prioridade durante o processo da escolha. Ana Paula avisa que se o consumidor optar por itens inferiores e com preços simbólicos, certamente poderá levar para casa cola sem aderência, lápis de cor e de cera quebradiços, borracha que não apaga perfeitamente, caderno com folhas soltas, massinhas de má qualidade, tesoura que não corta, tintas e similares feitas com produtos tóxicos e com odores horríveis.

 "Já vi casos onde o aluno quase foi encaminhado ao psicólogo porque pintava tudo de preto e o problema era que os lápis de outras cores não conseguiam ser apontados. Isso compromete o desenvolvimento da criança. Não adianta economizar na qualidade", explica.

É por este motivo que a diretora do Procon recomenda que as compras devem ser feitas em lojas especializadas, e não no comércio informal.

 "Os materiais comprados nas ruas não têm procedência, são ilegais, prejudicam a arrecadação de impostos e não têm garantia. São perigosos para as crianças", conclui.

Falta controle de qualidade dos produtos

Na compra dos materiais escolares, toda atenção deve ser dada às instruções das embalagens. Ainda sem regulamentação por institutos de qualidade, a escolha pelos melhores produtos é de total responsabilidade dos pais, mas por pouco tempo. Portaria do fim do ano já deu prazo para que as empresas se adequem e avisou que a fiscalização do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) começará logo.

O selo para materiais escolares partiu de uma demanda do próprio setor. Quesitos como metais pesados (chumbo e cádmio) presentes em tintas e plásticos coloridos e de produtos que tornam o plástico mais maleável serão analisados em laboratórios. Os cuidados se devem ao fato de que essas substâncias podem provocar doenças graves.

Os testes vão englobar também o grau de toxidade das tintas e massinhas de modelar, que podem causar irritação na pele, e o grau de resistência de alguns objetos, como por exemplo, se suportam mordidas ou se quebram com facilidade.

Após testes em laboratórios, os produtos que foram aprovados, sem a presença de substâncias tóxicas, receberão selo de qualidade e segurança.

Enquanto a medida não entra em prática, a diretora do Procon de Santo André, Ana Paula Satcheki, avisa que há a possibilidade de testar o material por meio das amostras, que devem ficar à disposição dos consumidores. "Você deve poder testar a qualidade antes de finalizar a compra."

Ana Paula diz que o exame dos itens é extremamente necessário, pois a compra errada pode prejudicar os alunos, especialmente àqueles que estão na pré-escola na fase de desenvolvimento motor e psicológico. "Uma criança que utiliza uma cola com bico entupido, com tampa difícil de ser retirada, ou aguada, terá dificuldade de realizar as tarefas na escola e ficará constrangida."




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