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Saga de Lula na visão de fora
Por Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
21/12/2009 | 07:04
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Divulgação


Uma história de extrema mobilidade social, água e açúcar. Esses são os ingredientes da recém-chegada biografia Lula do Brasil - A História Real, do Nordeste ao Planalto (Geração Editorial, 360 págs., R$ 44,90). Escrita pelo inglês Richard Boune, foi publicada em 2008 nos Estados Unidos e Inglaterra com o título Lula of Brazil - a Story So Far.

O próprio editor da versão brasileira, Luiz Fernando Emediato, considera a obra "bastante simpática ao presidente". Mas também é preciso concordar quando ele diz que o livro é interessante por ser a visão de alguém de fora do país, "distante dos personagens e conflitos aqui reinantes".

Apresenta-se como uma obra imparcial. A intenção do autor - ele diz no prefácio - foi fazer uma "biografia política acessível, evitando perfis psicológicos e discussões sobre o que o presidente gosta de comer no café da manhã". Contextualiza a vida de Lula para que o leitor de língua inglesa conheça melhor o Brasil.

É realmente objetiva, sem aquele sentimentalismo que costuma pontuar os trabalhos dedicados a contar a vida de um menino pobre do sertão nordestino, que lutou como sindicalista e insistiu em várias eleições até tornar-se presidente de uma das maiores nações em desenvolvimento.

O único capítulo (meio) amargo é o Corrupção e Escândalo. Aborda a turbulenta fase de denúncias em casos como o do mensalão e a extorsão de bicheiros em período eleitoral. Lembra o assassinato de Celso Daniel, então prefeito de Santo André, e a tentativa de comprar dossiê contra José Serra em plena campanha presidencial de 2006. "Em São Paulo, apenas uma pessoa foi diretamente incriminada, Hamilton Lacerda (de São Caetano), que fora assessor de imprensa da campanha de Aloizio Mercadante", diz um trecho. Toda a descrição de Bourne é mera reprodução de tudo que já foi publicado na imprensa, sem novidades ou aprofundamento.

O livro é recheado de fotos (112 imagens coloridas e em preto e branco) do arquivo pessoal de Lula e de agências nacionais e internacionais. Muitas delas no Grande ABC.

A região aparece pela primeira vez no livro do britânico na página 42, quando Lula se torna membro do Sindicato dos Metalúrgicos, em 1968. "São Bernardo era um subúrbio industrial de São Paulo com muitas montadoras e indústrias de autopeças. Era parte do cinturão industrial e operário conhecido como região do ABCD - juntamente com Santo André, São Caetano e Diadema. Essa região, e São Bernardo em particular, viria a ser o centro da atividade de Lula nos quinze anos seguintes, e seu trampolim para a proeminência nacional".




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