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Lula pede governo de resultados em 2005
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25/11/2004 | 00:04
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer um "governo de resultados" em 2005. A ordem foi dada aos ministros do PT durante o jantar da última segunda-feira, na Granja do Torto. Lula avalia que 2005 será um ano de disputa política com a oposição, por causa das eleições para os governos estaduais e para a Presidência, em 2006. Mais: diz que, depois de conquistar a estabilidade econômica, o PT precisa mostrar serviço em outras áreas. Aos auxiliares, o presidente garantiu que a reforma ministerial será concluída ainda este ano – e não mais depois do carnaval, como havia cogitado anteriormente. "O foco de 2005 tem de ser o resultado. Precisamos fazer o que está aí, andar, potencializar o que já está em andamento e não ficar planejando coisas novas", afirmou Lula. O tom do discurso do presidente, no fim do jantar, foi uma resposta aos ministros que pedem uma inflexão na política monetária e mais foco no desenvolvimento.

Lula vem defendendo o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, todas as vezes em que é cobrado. "Não podemos ter as taxas de juros americanas ou japonesas porque não temos a solidez da economia deles. Precisamos consolidar a confiança de que vamos pagar (as dívidas) porque daí o juro cai", tem dito Lula.

Ao fazer nova reforma ministerial depois de dois anos de governo, ele não pretende apenas mudar nomes na equipe, mas encontrar um modelo de administração mais eficiente, que faça o governo andar. Para Lula, desemperrar a máquina pública é tão importante quanto um governo de coalizão com diversas forças políticas para garantir a sua reeleição, em 2006.

Impaciência – Ministros e parlamentares do PT, no entanto, insistem para que o governo emita sinais mais claros de prioridade às políticas de desenvolvimento. A cobrança foi feita na reunião do diretório nacional petista realizada no fim de semana, em São Paulo. "Quem vê o Palocci falando na TV e não sabe que ele é do PT pensa que ele é de qualquer partido", disse um ministro que integra a direção do PT e é da ala moderada da legenda.

Em conversas reservadas, o presidente concorda que é preciso dar uma fisionomia mais social ao governo, mas em todas essas oportunidades deixa claro que não mexerá na política econômica. Quer ver funcionar de uma vez por todas programas como o Bolsa-Família e o Primeiro Emprego.

Além disso, está ansioso pela aprovação do projeto que institui as PPPs (Parcerias Público-Privadas), ainda emperrado no Senado. Lula acha que somente com as PPPs o governo conseguirá recursos suficientes para investir em obras de infra-estrutura, principalmente em transportes. Mas o projeto virou alvo de disputa política. "A oposição precisa colaborar com o país", afirmou o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP).

Secretária – A secretária nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, assumirá, interinamente, a Secretaria-Executiva da pasta no lugar da ex-secretária-executiva Ana Fonseca, exonerada na última sexta-feira. A nomeação valerá até o ministro Patrus Ananias definir o nome definitivo, o que deve ocorrer apenas no fim do ano. Nesta quarta-feira, ele aceitou os pedidos de exoneração do secretário de Renda e Cidadania, André Teixeira – responsável pelo programa Bolsa-Família – e do diretor do Cadastro Único, Cláudio Roquete.




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