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Para fazer memória, basta sonhar...
Ademir Medici
21/08/2017 | 07:09
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Memória não carece, obrigatoriamente, de grandes recursos financeiros. Fazer memória é demonstrar carinho. É gostar de conversar. É ter prazer em ouvir os mais velhos.
Foi mais ou menos isso que conversamos com o prefeito Orlando Morando, semana passada, nos estúdios da DGABC TV – e você pode assistir na íntegra a entrevista, no site www.dgabc.com.br.
A nossa conversa, que abriu a Semana São Bernardo 2017, começou falando de João Gava. O marceneiro João Gava. O jovial João Gava do alto dos seus 104 anos, a caminho de 105.
João Gava queria conhecer o prefeito Morando. Foi bater na Secretaria de Habitação, que funciona em Rudge Ramos, na Subprefeitura, a alguns metros do lugar em que Gava nasceu, em 1913. Queria dar um presente ao prefeito, um carroção em miniatura, destes que ele costuma fazer para presentear meninos pobres de Santos, onde mora.
O encontro aconteceu. Fotos foram batidas. Ficamos sabendo delas pelo próprio João Gava, que nos procurou para contar a novidade. E na entrevista-conversa com o prefeito, informamos que João Gava vem todo mês a São Bernardo para participar das reuniões da Seção de Pesquisa e Memória da Prefeitura.
– Prefeito, o senhor já participou de uma dessas reuniões?
– Não. Estou devendo uma visita.
– Eu também nunca participei.
– Então vamos juntos em uma delas.

Flashes de um bate-papo.
O que o prefeito falou
Memória é assim. Impossível reproduzir tudo o que falamos na entrevista com Orlando Morando. Melhor é assistir na DGABC TV. Seguem-se pinceladas do que foi tratado. Quase pensamentos de memória. Se um político quiser, por mais intensa que seja sua agenda sempre haverá espaço para uma boa e gostosa prosa da memória.
PRAÇA LAURO GOMES
Eu já estava indignado com o estado da praça. Minha indignação ficou maior quando marcamos para fazer a foto ao lado do busto do Wallace Simonsen. Eu não consegui achar o busto. Tinha uma barraca bem na frente. Uma goiabeira encobria o busto. Sujeira por todo lado. Só na Secretaria de Obras existem documentos há 20 anos tentando reorganizar a praça, que estava totalmente ocupada por mais de 70 ambulantes, que pagavam a um agenciador para ficar lá dentro – o que é um crime.
CORREDOR POLONÊS
O corredor da Kioto, entre a Marechal Deodoro e a Marechal Rondon, era um corredor polonês. Também desocupamos, recuperamos, restauramos. Agora, na última etapa, conseguimos uma parceria público-privada para a recuperação da Praça Lauro Gomes. A praça vai ficar totalmente revitalizada, com uma base da Guarda Civil Municipal tomando conta.
Lauro Gomes vai ficar orgulhoso.

OLEIROS
No meu gabinete eu tenho um tijolo que o meu pai fez. Lá estão as letras ‘I’ e ‘V’, de ‘Irmãos Venturini’. Não é um desses tijolos de hoje em dia. É um tijolão. Quase um bloco. Meu pai foi oleiro, funcionário do Venturini por 20 anos. E o Antonio Venturini é o meu padrinho.
(O nome Venturini veio à conversa porque um Venturini foi o último carvoeiro do Batistini. E são as ferramentas que ele deixou que deveriam ser expostas, permanentemente, num espaço da memória do trabalho e do trabalhador, ao lado de uma bancada de marcenaria, de um tear, de um volante da indústria automobilística que trazia o brasão de São Bernardo, por determinação legal, de uma lei municipal ainda em pleno vigor).
Repetimos o que dissemos ontem: o prefeito Morando diz que todos esses valores serão resgatados.
VERA CRUZ
Os antigos estúdios retornam ao município. A Vera Cruz abriga um grande baile. Vê nascer a nova Orquestra Sinfônica Municipal. E as paredes da Vera Cruz, dos grandes filmes, de um show anual de Roberto Carlos, foram feitas só com tijolos produzidos em São Bernardo.

VERDADE
Quem não respeita o passado não constrói o futuro.

RESGATE
Estou tentando resgatar tudo isso. Faço isso com satisfação. Ao resgatar essas coisas eu resgato a estima das pessoas, sua origem. Faltam recursos, é certo. Mas vamos à luta. 

Diário há 30 anos

Sexta-feira, 21 de agosto de 1977 – ano 30, edição 6526
Manchete –Não houve greve. Apesar da propaganda das Centrais Sindicais, a população saiu para o trabalho e o transporte coletivo logo se normalizou; nas indústrias, o funcionamento foi absolutamente normal e não houve piquetes; também as agências bancárias tiveram atendimento tranquilo e não se registrou nenhum incidente.
Grande ABC viveu um dia normal no dia que se faria uma greve geral.

Adeus – Falece o chefe da equipe de operadores de som da Rádio Diário do Grande ABC, Agostinho Agapito Assunção. Há mais de 20 anos na profissão, atuava na Rádio Diário desde a instalação da emissora.
Agapito gostava de pintar paisagens e tocar violão com o filho Antonio Paschoal Assunção, radialista. Foi sepultado no Cemitério da Pauliceia.

Esportes –Primeiro de Maio e Corinthians, dois clubes de tradição, somados, totalizam 149 anos de história.
Reportagem: Edélcio Cândido.

Em 21 de agosto de...

1917 – A guerra. Do noticiário do Estadão: avanço dos franceses e ingleses, a ofensiva italiana, o progresso dos russos.
1942 – General Motors, de São Caetano, pede licença à Prefeitura de Santo André para a construção da sua nova portaria, projeto de Rangel Christoffel & Olavo Caiuby e mantida até hoje.
Nota – A Prefeitura de São Bernardo guarda o processo original que analisou e aprovou a construção desta portaria, hoje sempre presente nos anúncios publicitários da GM.
1972 – Banco do Brasil anuncia carteira cambial para São Caetano.

Hoje

Dia da Habitação

Santos do Dia

Ciríaca
Humbelina
Pio

Municípios Brasileiros

Celebram seus aniversários em 21 de agosto:
Em Goiás, Chapadão do Céu
No Rio de Janeiro, Nilópolis, Porciúncula e São João de Meriti
Na Bahia, Wagner




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