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Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

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São Caetano deve receber centro de treinamento de bobsled este ano

Estrutura será montada dentro do CER Natale Cavaleiro (Vila São José), sem custos à Prefeitura

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
16/04/2021 | 00:01
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Reprodução


O antigo Clube Esportivo e Recreativo Natale Cavaleiro (Vila São José), em São Caetano, abriga atualmente o centro de lutas Mario Chekin e a pista de atletismo, mas, muito em breve, receberá estrutura totalmente nova voltada para uma modalidade um tanto quanto diferente, o bobsled, que integra o cronograma da Olimpíada de Inverno. No local será construída uma pista de push suspensa, que servirá tanto para o treinamento da Seleção Brasileira (que busca sua quinta participação olímpica nos Jogos de 2022, em Pequim, na China) quanto para o desenvolvimento do esporte. A cidade vai ceder o espaço, enquanto o Clube Paulista de Esportes no Gelo, por intermédio do piloto da equipe nacional, Edson Luques Bindilatti, vai arcar com a construção e ainda será responsável por difundir o bobsled para alunos do município.

“O projeto já foi aprovado e só estamos esperando a assinatura do prefeito para liberar e a gente começar a construir. A gente acredita que a construção levará um mês e meio a dois meses. A ideia é construir o mais rápido possível para a gente ter tempo hábil de já treinar aqui no Brasil”, explicou Edson Bindilatti. “É uma pista para aprimorar a largada. Nos deixa mais próximos da realidade. A gente chega em condição de igualdade com qualquer time do mundo”, emendou.

“O básico dessa parceria é: cedemos o espaço, eles constroem a pista de push e, em contrapartida, oferecem aula de iniciação esportiva e vivência para crianças da cidade. De repente é uma semente que está sendo plantada para o desenvolvimento de uma modalidade”, comentou o coordenador de esporte de alto rendimento da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, Marcos Siarvi, que falou em nome da secretária Renata Trevelin.

O centro de treinamento deverá receber o nome de Odirlei Pessoni, atleta que integrava a Seleção Brasileira da modalidade, mas morreu há três semanas, em um acidente de moto (leia mais abaixo).

A pista de push suspensa será composta por uma estrutura fixa de contêineres, onde inclusive serão instalados uma academia (com apoio da CBDG – Confederação Brasileira de Desportos no Gelo), uma rampa descendente, um trecho plano e outro ascendente, com trilhos para os carrinhos. O orçamento previsto é de R$ 160 mil. Bindilatti diz que uma parte da verba já foi levantada e o restante está sendo buscado com patrocinadores e parceiros, além de vaquinha virtual.

Seleção tenta superar morte de colega, que deverá nomear CT

A Seleção Brasileira de bobsled tentará se qualificar pela quinta vez para os Jogos Olímpicos de Inverno e uma das peças fundamentais do time era Odirlei Pessoni, 38 anos, que buscava sua terceira Olimpíada. Entretanto, um acidente de moto há três semanas acabou vitimando o atleta e chocando os colegas, que agora tentarão carregar seu legado.

Ele havia disputado os Jogos em 2014 (Sóchi, na Rússia) e 2018 (Pyeongchang, na Coreia do Sul) e se preparava para sua terceira Olimpíada. Era para ele, inclusive, estar junto com os demais integrantes da equipe verde e amarela para o camping de treinos que está acontecendo desde anteontem até hoje, justamente na pista de atletismo de São Caetano (leia mais abaixo).

“Odirlei era o coração do time. Um cara do bem. Se o trenó quebrasse, ele que arrumava. Chegou até a construir uma pista de push horizontal para a gente”, recorda Edson Bindilatti. “Às vezes ele não estava na sua melhor condição, mas a gente não conseguia o deixar na reserva, porque fazia falta naquela adrenalina de empurrar o trenó, de ajudar de forma positiva. Foi um choque para todos, ainda estamos em luto, mas procuramos pensar de forma positiva, porque era um cara que estava sempre para cima. Dobrou nossa motivação.”

“Ainda estamos chocados. Era peça fundamental no time, como todos são. Agora é levar o legado que deixou para esses Jogos, fazer o melhor dentro e fora e estar focado 100%, era o que ele prezava e é o que vamos manter”, completou o breakman Erick Vianna.

Equipe realiza treinos adaptados na pista de atletismo são-caetanense

Entre quarta-feira e hoje, o piloto Edson Bindilatti (morador de Santo André) e os breakman e pushman Erick Vianna (Araraquara), Edson Martins (Marília), Rafael Souza (Rio de Janeiro) e Luís Henrique (São Carlos) estão reunidos em São Caetano para o primeiro período de treinos da temporada, visando os Jogos Olímpicos de Pequim, na China, em fevereiro do ano que vem. Nenhum país – incluindo o Brasil – tem vaga garantida no bobsled (seja no two men ou no four men) da Olimpíada, mas tentará ficar entre os 30 melhores do ranking mundial entre novembro e janeiro para conquistar a classificação.

“Esse é o primeiro camping. É bem importante. Na temporada passada não competimos devido à Covid e às restrições que o Brasil tinha de entrar em outros países. Integra a equipe, cada um ajudando e estimulando o outro, e começa o trabalho de fato. É o pontapé inicial para os Jogos Olímpicos. Falta menos de um ano, mas estamos cumprindo as etapas e estamos em progressão”, disse o breakman Erick Vianna, 28 anos. 

“Graças à Prefeitura de São Caetano, que cedeu a pista para a gente treinar e começar a nossa preparação olímpica, pudemos reunir o time. O treino flui melhor e nosso objetivo é fazer o mesmo que foi feito em 2017: um ou dois campings por mês, porque esse momento é muito importante”, explicou Bindilatti, 39, que busca sua quinta Olimpíada.

A próxima janela de atividades da Seleção em São Caetano será na semana de 18 de maio. 




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