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Andinos e Brasil nao chegam a acordo
Por Do Diário do Grande ABC
26/06/1999 | 14:01
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As reunioes entre o Brasil e quatro países da Comunidade Andina de Naçoes (CAN, Colômbia, Equador, Venezuela e Peru) concluíram na manha deste sábado em Brasília sem um acordo sobre preferências tarifárias, informaram fontes diplomáticas.

O embaixador da Venezuela no Brasil, Milos Alcalay, confirmou a falta de consenso entre o Brasil e os países da CAN, mas se disse convencido de que, apesar deste contratempo, se chegará a um acordo o mais rápido possível.

As conversaçoes em Brasília começaram segunda-feira passada e se previa concluíssem sexta-feira à noite com um acordo.

Segundo funcionários brasileiros, só se conseguiu até agora que o acordo de preferências, que expiraria no final de junho, fosse prorrogado por um mês, até que sejam concluídas as negociaçoes em Lima.

Tentava-se um acordo sobre pontos sumamente espinhosos em relaçao a 3.000 produtos, sobre os quais cada um dos participantes na negociaçao têm interesses particulares.

Depois das três anteriores reunioes CAN-Brasil, primeiro em Brasília e depois duas vezes consecutivas em Lima, havia ficado pendente a negociaçao de apenas 15% dos 3.000 produtos.

Estas conversaçoes, consideradas como as últimas para conseguir o acordo de preferências tarifárias, começaram em Brasília domingo passado entre os andinos e segunda-feira e se estenderam aos brasileiros nos escritórios do ministério do planejamento.

Enquanto os técnicos comparavam complicadas listas de produtos, os embaixadores e outros altos diplomatas dos países cem questao nao tinham a menor dúvida de que tudo iria bem.

Sexta-feira, o embaixador da Colombia, Mario Galofre Cano, confessava que esperava que ``se firmasse algum acordo na reuniao do Rio'. Os outros embaixadores interessados também tinham pontos de vista coincidente, achando que o acordo Brasil-CAN era um passo importantíssimo para que os andinos entrassem plenamente na Uniao Européia e também para que a América Latina inteira desse um passo a mais para uma integraçao ``de todo o bloco regional com a Europa'.

Outro entusiasta foi o embaixador da Venezuela, Milos Alcalay, para quem: ``Este é um passo importante para a integraçao dos países andinos com o Mercosul. Nao se pode negociar sobre a Area de Livre Comércio (ALCA, promovida pelos americanos) e deixar paralisada essa integraçao latino-americana'.

Para alguns observadores, se as negociaçoes se depararam à última hora com obstáculos insuperáveis, pode ser em parte porque o ministro das relaçoes exteriores brasileiro, Luiz Felipe Lampreia, havia dado um ``ultimato' aos andinos quando viu que na primeira reuniao de Brasília, em abril, as coisas caminhavam muito lentamente.

Lampreia deu um prazo para um acordo final que expirava dia 30 de junho, coincidindo praticamente com a realizaçao no Rio de Janeiro da reuniao de cúpula da América Latina, países do Caribe e da Uniao Européia, de 28 a 29 de junho.

No entanto, o chefe da delegaçao brasileira, o diretor geral do departamento de integraçao latino-americana da Chancelaria, José Antonio Marcondes de Carvalho, havia adoçado de certo modo as palavras de Lampreia.

Marcondes se mostrou encantado com a marcha das negociaçoes, nao vacilando em anunciar o sucesso delas, embora advertindo que o que restava por negociar era difícil.




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