As cerca de 67 mil micro e pequenas empresas existentes no Grande ABC faturaram, em setembro, 9,9% menos do que no mesmo mês em 2009, o que equivale a uma diferença de R$ 137,6 milhões. Dentre os motivos apontados para o resultado, de acordo com levantamento do Sebrae-SP, encontram-se as paralisações realizadas pelos metalúrgicos e o fato de a base de comparação não estar mais tão deprimida pelos efeitos da crise, já que em setembro do ano passado a economia da região estava se recuperando em velocidade maior, inclusive, do que o restante do Estado.

Segundo o consultor do Sebrae-SP Pedro João Gonçalves, em setembro de 2009 as receitas das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) eram 1,9% inferiores às obtidas no mesmo período de 2008. Enquanto que a média do Estado era 5,3% menor. A presença da cadeia metalmecânica tem peso importante no Grande ABC, já que foi uma das primeiras a sair da crise.

Na comparação com as vendas das MPEs realizadas em agosto, também houve queda de 4,5%, o equivalente a R$ 59,1 milhões. "Em relação a agosto é natural que haja queda, pois o mês, além de ter um dia a mais que setembro, é favorecido pelo Dia dos Pais, data em que o comércio vende bastante e a procura pelos serviços também cresce", explica Gonçalves.

O consolo é que, ao menos no acumulado do ano, o faturamento das micro e pequenas da região ainda segue positivo ante o mesmo período de 2009. Elas venderam 4,5% mais, ou R$ 647 milhões. Nos quatro primeiros meses do ano, os faturamentos superaram em até 16% os obtidos no mesmo período do ano passado (veja arte abaixo).

"O resultado de setembro foi pontual. Não acredito que deva seguir em queda. A perspectiva até o fim do ano não é diferente para o restante do Estado. As MPEs paulistas devem seguir registrando crescimento moderado em suas receitas (em relação ao ano anterior)", afirma Gonçalves.

No Estado de São Paulo, o faturamento das micro e pequenas cresceu 6% em relação a setembro do ano passado, o equivalente a R$ 1,4 bilhão. Foi o melhor setembro desde 2004 e representa o 12º mês consecutivo que, comparado com o mesmo mês do ano anterior, apresenta aumento na receita.

O setor de serviços foi o que registrou o maior crescimento, com 25,4%, seguido pela indústria, com 4,7%. Já o faturamento no comércio obteve queda de 2,5%.

Do total de entrevistados para o levantamento - 2.716 donos de MPEs em universo de 1,3 milhão de empresas formais no Estado de São Paulo - 35% declararam acreditar em aumento do faturamento da sua empresa nos próximos seis meses. Em setembro eram 33%. Por outro lado, 38% disseram não saber como o faturamento poderá evoluir, ante 33% no mês anterior.

Quanto à economia brasileira, 34% acreditam em aumento no nível de atividade econômica, sobre 33% em setembro. E 41% não têm expectativa, ante 34% no mês anterior.