Por bom-senso na utilização de publicidade dos candidatos a deputados federal e estadual, senador, governador e presidente, a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) e a subsecção andreense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acionaram a Justiça Eleitoral. A preocupação é que o uso exagerado, principalmente, de cavaletes e carros de som, possa atrapalhar a rotina da cidade.

Em carta direcionada à juíza da 306ª zona eleitoral do município, Milena Dias, as entidades sugerem a promoção de encontro com presidentes de partidos, representantes de coligações e candidatos para que se faça acordo pelo uso moderado dos artefatos de publicidade. A conduta foi adotada na eleição de 2010 e o resultado foi considerado positivo.

“A lei permite colocar cavaletes na calçada. Quando coloca um, não atrapalha, mas 20 atrapalham o comércio e toda a atividade no entorno. Tem candidato que colocou em praça, canteiros e em locais proibidos. Mas não estamos pedindo para não ter uso de propaganda nenhuma. É pedido pelo bom-senso e o respeito ao próximo”, destacou o presidente da Acisa, Evenson Dotto. “Na eleição passada houve mesmo assunto, chamamos os representantes das coligações e pedimos colaboração. Teve colaboração, mas falta colaborar mais.”

Presidente da OAB local, Fábio Picarelli pontuou que a intenção é fazer da conduta dos candidatos em Santo André “exemplo a ser seguido”. Para isso, a expectativa é que a classe política “encampe” a ideia proposta pelas entidades.

“Santo André pode se diferenciar das outras cidades e dar exemplo. A regra seria igual para todos (os candidatos), as oportunidades seriam as mesmas. Esperamos que os representantes das coligações possam fazer ato coerente com o momento que vivemos. Aparecem com série de propostas boas, mas precisam dar exemplo”, disse o advogado, em referência ao congestionamento de publicidade eleitoral que costuma se formar no Centro, durante o pleito.

Mandatário do PT andreense e candidato a deputado estadual, Luiz Turco afirmou que a sugestão já é debatida em seu partido. “Nós, em Santo André, temos pacto de fazer campanha com a cidade limpa. Da nossa parte não tem nenhum problema”. No entanto, o petista atentou que o acordo deve ser firmado com todos. “A eleição é democrática, podem pedir votos em qualquer lugar do Estado. Mas se candidatos de outras regiões não respeitarem o pacto local, devem ser multados. Não sei como a juíza vai tratar essa questão”, ponderou.

O PSB andreense também já se comprometeu com o pedido. “Nós vamos fazer campanha limpa. Estamos juntos com a Rede Sustentabilidade e vamos utilizar poucos cavaletes e o carro de som será com volume reduzido”, expôs o presidente socialista de Santo André, Donay Neto.