Para senador paulista, único prefeito tucano
no Grande ABC ‘tem de tomar caminho da rua’
Candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo senador mineiro Aécio Neves (PSDB) na corrida ao Palácio do Planalto, o também senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) defendeu a expulsão partidária de Gabriel Maranhão, de Rio Grande da Serra, único prefeito tucano no Grande ABC, mas que declarou voto à presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição e principal adversária de Aécio. Maranhão evitou polemizar com o correligionário, entretanto manteve posicionamento favorável à petista.
“Acho que ele (Maranhão) deve tomar o caminho da rua. O nosso partido não permite esse tipo de postura. Claro (que defendo a expulsão). É melhor que ele saia, vá procurar a turma dele”, afirmou Aloysio, que no sábado participou de evento em São Caetano com lideranças do PTB.
Por enquanto, o PSDB não tomou posicionamento oficial com relação à decisão de Maranhão de votar em Dilma, embora tucanos estejam criticando duramente a opção do prefeito de Rio Grande da Serra.
A polêmica começou na semana passada, durante agenda em Brasília na qual Dilma anunciou R$ 461,6 milhões em recursos para que os sete municípios investissem em Mobilidade Urbana. Na ocasião, Maranhão agradeceu à petista por fazer “política republicana”, externou seu voto à atual chefe da Nação e discorreu que, embora seja tucano, seu “coração e alma são vermelhos”.
As declarações repercutiram amplamente no tucanato da região. Secretário regional do PSDB, Luiz Antonio de Carvalho pediu a saída de Maranhão do partido, porém comentou que a desfiliação seria presente ao prefeito, pois a expulsão livraria o tucano da perda de mandato por brecha na Lei de Fidelidade Partidária.
“Tenho gratidão (a Dilma) e não tenho mais nada a dizer. Não me arrependo (de ter declarado voto na presidente). Tenho compromisso com quem me apoiou. E é bom enaltecer quem vem me ajudando”, ponderou Maranhão, evitando rebater críticas de Aloysio Nunes. “Respeito toda a trajetória política dele (Aloysio). Estaria sendo leviano em falar qualquer coisa.”
O chefe do Executivo de Rio Grande disse que não foi comunicado oficialmente sobre eventuais punições partidárias. O tucano argumentou que honra compromissos principalmente com pessoas que ajudam seu mandato e a cidade – segundo ele, casos do ex-prefeito Adler Kiko Teixeira (PSC) e do deputado estadual Orlando Morando (PSDB). “Temos de ter respeito independente do partido”, resumiu. (Colaborou Gustavo Pinchiaro)
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