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Nova técnica evita gravidez de múltiplos
Valéria Cabrera
Da Redaçao
17/01/1999 | 18:11
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Os casais inférteis que só têm chances de engravidar por meio da fertilizaçao assistida (colocaçao do espermatozóide do homem dentro do óvulo da mulher fora do organismo humano) já podem usar o método sem se preocupar com a gravidez múltipla.

Médicos brasileiros, especialistas em reproduçao humana, já estao utilizando a técnica do blastocisto, que permite o nascimento de, no máximo, dois bebês. Com o método tradicional, a mulher brasileira corre o risco de ter até quatro filhos de uma só vez.

Em outros países, a legislaçao permite a implantaçao de mais embrioes, o que pode ocasionar um número maior de filhos, como aconteceu com a nigeriana naturalizada norte-americana, Nkem Chukwu, 27 anos, que em dezembro do ano passado deu à luz oito crianças - dois meninos e seis meninas, depois de se submeter a tratamentos de fertilizaçao artificial.

A técnica - A técnica do blastocisto, desenvolvida nos Estados Unidos, chegou ao país no final de 1997. Ela permite a implantaçao de apenas dois embrioes no útero e nao quatro, como na técnica tradicional.

Isso porque, o embriao só é transferido para o útero no quinto dia de fertilizaçao, quando a qualidade e a resistência já foram melhor observadas.

"Apenas é transferido para o útero aqueles embrioes que terao mais condiçoes de se implantar e crescer saudáveis", explicou o médico Valter Gilberto Ramos, chefe do setor de reproduçao humana do Hospital Neomater, em Sao Bernardo, onde a técnica foi implementada no ano passado.

Gravidez - Segundo ele, a gravidez múltipla (mais de um bebê) traz riscos tanto para a saúde dos bebês quanto para a mae. "Os problemas aumentam quando a gestaçao é de três ou quatro crianças."

Além de evitar a gravidez múltipla, a técnica ainda permite o diagnóstico de doenças genéticas ligadas ao sexo após a realizaçao de uma biópsia na fase de blastocisto, explicou o também médico especialista em reproduçao humana, Edson Motta, professor da Escola Paulista de Medicina e um dos diretores da Clínica Huntington, de Sao Paulo.

Se existe em uma família, por exemplo, casos de hemofilia (distúrbio hereditário que impede a coagulaçao normal do sangue), que só é transmitida para os homens, serao transferidos para o útero apenas embrioes do sexo feminino.

Apesar de a técnica do blastocisto ter mais vantagens, os casais interessados nao vao pagar mais por isso, segundo Motta. Uma fertilizaçao assistida custa entre R$ 4,5 mil a R$ 5 mil. O valor aumenta caso haja necessidade de uma biópsia embrionária.




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