A detençao do magnata Vladimir Gusinski, presidente do grupo mediático Media-Most, está sendo a causa da maior crise política russa desde que Vladimir Putin assumiu a presidência do país. "A guerra entre o Kremlin e os oligarcas coloca Putin em um beco sem saída, disse, nesta quinta-feira, o diário liberal "Nezavísimaya Gazeta" ao comentar a condenaçao unânime dos homens de negócios sobre a prisao de Gusinski.

Nao só os empresários e financeiros, mas também quase todas as forças políticas do país, desde os comunistas aos ultraliberais, denunciaram que as açoes judiciais contra Gusinski sao uma vergonha para o Kremlin.

Em suas primeiras declaraçoes desde a prisao, o presidente da Media-Most denunciou que seu encarceramento é uma "intriga política tramada por altos funcionários". "Nada pode me explicar o motivo das queixas das autoridades", afirmou o magnata em uma declaraçao escrita que seus advogados distribuíram para a imprensa.

Segundo Gusinski, que dirigiu os impérios financeiros mais importantes do país, quem move os ? sao aqueles que consideram a liberdade de imprensa um "obstáculo para construir uma nova Rússia, que na prática supoe o retorno ao passado totalitário" Os advogados de Gusinski entraram com um recurso contra sua prisao preventiva. O tribunal irá se pronunciar na próxima terça-feira.

O general fiscal da Rússia ordenou na última terça-feira a prisao de Gusinski sob suspeita e acusaçao de apropriaçao indébita de bens públicos no valor de mais de US$ 10 milhoes.

Putin, que está na Alemanha e já passou pela Espanha em visita oficial, declarou em Madrid que nao tinha conhecimento da prisao de Gusinski e que nao tinha como se comunicar por telefone para interceder.

As informaçoes sao da agência EFE.