Cíntia Bortotto Titulo Carreira
Os super eficientes
Cíntia Bortotto
06/08/2018 | 07:17
Compartilhar notícia


É possível trabalhar menos e ser mais eficiente? É sim. Quando você trabalha concentrado, com algo que gosta, você pode contribuir para o ambiente em que está e produzir muito mais. Neste caso, é possível que o profissional seja muito mais eficiente do que quando está na curva do aprendizado, ou desfocado com alguma coisa, ou quando não está por inteiro ali. A motivação pode te dar muito mais performance.

Pesquisas recentes apontam que o funcionário satisfeito trabalha 100%, enquanto que um insatisfeito, por volta de 77%: perde-se aí mais de 20%. Já um profissional engajado trabalha em torno de 150%, e um inspirado pode produzir mais de 200%. Resumindo, podemos ter o dobro da performance em um momento fantástico de produtividade. E isso acontece necessariamente quando a pessoa se sente escutada, integrada, participando, fazendo a diferença. Por isso é possível trabalhar menos horas e entregar muito mais.

Empresas mais modernas e que conseguem medir os resultados das pessoas, principalmente como o desempenho afeta o resultado dos negócios, em geral gostam dessa visão e medem o colaborador pela entrega e não pelas horas. No entanto, quando se fala de uma empresa muito tradicional, em geral, olhando para este quadro, existe a tendência de pensar que ela pode estar aproveitando mal os recursos. As pessoas de hoje gostam de entregar resultados e se sentirem desafiados. Quando colocamos muito comando e controle, quando o gestor direciona o que o colaborador tem de fazer e fica controlando, as pessoas perdem a motivação e começam a produzir menos. Este não é um caminho positivo.

As pessoas mais criativas precisam de um ambiente compreensivo e em que elas tenham momentos de compensação pela entrega que estão fazendo. Isso geralmente envolve um maior equilíbrio entre o trabalho e a família, lazer ou esporte. Se ela ficar só focada no trabalho, em algum momento a criatividade pode ser comprometida.

O fato é que nem todos os executivos conseguem manejar bem isso. Em geral, as pessoas querem que a entrega seja sempre feita acima dos 150% em 100% do tempo. Mas não estamos falando de máquinas, estamos falando de gente. O livro recente A great work, de Morten T. Hansen (ainda sem tradução no Brasil), mostra bem isso.

Quando a pessoa está num momento de muita entrega, nem sempre consegue se dedicar à vida pessoal. Num momento de mais resguardo, quando a pessoa fica juntando energia para fazer a entrega, ela fica mais perto das suas questões pessoais. Conseguir equilibrar isso implica estar seguro no trabalho, falar alguns nãos e também a família e amigos conseguirem entender. É fundamental ter segurança nos dois lados. Quando se trabalha bem, consegue-se ter uma vida boa, com a autoestima preservada e estimulada com o que você consegue entregar para o mundo.

Nesse contexto, não vejo mais a divisão tão clara entre mundo do trabalho e vida privada, especialmente em funções que não demandam que você esteja no horário o tempo todo. Você chega do trabalho e continua ativo no smartphone. Por outro lado, você também não precisa estar o tempo todo no escritório para realizar suas atividades. Você consegue fazer reunião por Skype, fazer calls sem necessariamente estar lá. As pessoas inspiradas trabalham muito mais, pois vão permitir ao trabalho adentrar nas horas vagas e finais de semana. Mas é importante manter a cabeça sã nesse contexto.

Siga confiante e boa sorte!
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;