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Artistas entram em cena pelo ‘sim’ no referendo
Renan Cacioli
Do Diário do Grande ABC
14/10/2005 | 08:23
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Desde o início da propaganda eleitoral gratuita sobre o referendo do desarmamento, no dia 1º, diversos artistas entraram de cabeça na campanha, principalmente os que posicionaram-se a favor da proibição da venda de armas de fogo e munição no país. No Grande ABC, dois deles seguirão caminhos parecidos, e dia 23 entrarão em cena para votar pelo ‘sim’.

"Sou a favor da proibição porque sou pacifista. E ao contrário do que todos pensam, não é uma posição muito cômoda num mundo envenenado com pessoas estressadíssimas por toda parte como no mundo que vivemos hoje", afirma a andreense Lucélia Santos, conhecida internacionalmente pelo personagem de A Escrava Isaura, novela vendida para mais de 100 países.

Já Antonio Petrin, nascido em Laranjal Paulista mas que foi criado desde pequeno no Parque das Nações, também em Santo André, acredita que o bandido vai conseguir a arma de qualquer jeito. "Mas quanto mais a gente fechar a possibilidade, é uma chance", comenta um dos fundadores do Teatro da Cidade, grupo que marcou época no Grande ABC. "Na verdade eu vou votar no ‘sim’ porque eu sou uma pessoa ligada ao humanismo e acho que a possibilidade de tirar a vida de outra pessoa é um absurdo total."

Lucélia já gravou campanha pró-desarmamento e acredita que a proibição do comércio resultará na diminuição do número de homicídios a tiros. "Sem armas não se mata!", setencia. Ela também confia em uma mudança na relação dos bandidos com as vítimas. "Creio que os bandidos terão mais compaixão de gente desarmada. Quem não tem arma não reage com enfrentamento. Entre dois armados, ganha o mais frio e mais preparado para matar."

Tiros no palco – Por ironia, Petrin está em cartaz com uma peça chamada Sangue na Barbearia. "Na cena final, eu pego uma arma de uma gaveta e dou um tiro no cara", diz o ator, que explica a dificuldade da produção do espetáculo em conseguir autorização para utilizar armas (que apesar de verdadeiras, utilizam balas de festim) na montagem. "A grande dificuldade foi conseguir um revólver. Existem empresários que trabalham com efeitos especiais e fornecem tudo quanto é tipo de material para a televisão. As armas são todas registradas. Para entregá-las é absurda a vigilância, tem um cuidado muito grande", ressalta Petrin.

Ao contrário de Lucélia Santos, o ator afirma que não aceitaria participar da campanha pelo ‘sim’ caso fosse convidado. "Eu acho que a coisa tem que ser a mais democrática possível. Cada um sabe o que deve fazer. Já que o governo jogou para nós essa responsabilidade, eu não quero ser esse agente que vai fazer com que mudem para ‘sim’ ou para ‘não’, entende Petrin.




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