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Candinho treina forte a linha burra
Por Edélcio Cândido
Da Redaçao
07/10/2000 | 01:16
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"Estamos nos afundando na lama do próprio buraco que criamos". A frase do ex-jogador Sócrates, crítico contumaz da falta de estrutura do futebol nacional, explica bem o clima que ronda a conturbada Seleçao Brasileira, a um dia de encarar a fraca Venezuela, neste domingo, em Maracaibo, pelas Eliminatórias da Copa de 2002.

Mais uma vez, Romário chamou para si todas as atençoes e nao parou de ironizar disparando mais críticas ao técnico Levir Culpi (cotadíssimo para a seleçao), Roberto Carlos, Edmundo e Zico. Em compensaçao, nos treinos de chutes de falta, o destaque foi o goleiro Rogério Ceni, com melhor aproveitamento que Romário e os outros jogadores de ataque da seleçao.

Em crise, sem técnico, comissao técnica desgastada, a preocupaçao do técnico-tampao Candinho, ontem, no Rio, era treinar o grupo para evitar cair na armadilha da linha burra. O vexame diante de Camaroes, com 14 impedimentos, criou um trauma: a linha de impedimento. Já na derrota na Olimpíada, os brasileiros nao souberam superar o esquema dos africanos, sendo flagrados, com freqüência, em posiçao irregular.

Agora, após a perda da medalha de ouro, Candinho decidiu "ensinar" os jogadores a fugir deste tipo de armadilha e nao repetir o fiasco. Ontem, ele parou o coletivo diversas vezes para mostrar a forma correta de os atacantes se posicionarem e de os meias lançarem a bola. "Vimos vários teipes de jogos da Venezuela e eles utilizam muito a linha burra", justificou Candinho.

Ao contrário dos jogadores da equipe olímpica, a seleçao principal demonstrou bom aproveitamento na jogada, o que deixou Candinho satisfeito. ``É preciso usar bem a diagonal para enganar a zaga', analisou. Nao saber utilizar os lançamentos em diagonal foi um dos pontos fracos do Brasil na Austrália. Desta vez, Candinho decidiu se prevenir contra novas falhas.

Ausente na Olimpíada, Romário reconheceu que os erros cometidos contra Camaroes foram motivo para o treino. "Praticamos bastante para poder sair da linha", admitiu. Para o meia Juninho Pernambucano, responsável por boa parte dos lançamentos, o aproveitamento demonstra que o time está preparado para esse tipo de jogada. "Houve mais acertos do que erros".

Ao escalar a linha de frente com quatro jogadores do Vasco, Candinho conseguiu o seu objetivo de contar com um ataque entrosado. No coletivo desta sexta, o time teve um desempenho razoável, com destaque para as tabelas entre os quatro vascaínos: Juninho Pernambucano, Juninho Paulista, Euller e Romário. Os titulares venceram por 3 a 0 - gols de Cafu, Euller e Juninho Paulista.




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