O primeiro-ministro britânico Tony Blair considera que a forma com a qual Saddam Hussein foi executado foi "totalmente inadequada", informou Downing Street neste domingo.

Apesar das críticas sobre seu silêncio, Blair se recusou até agora a falar pessoalmente sobre o enforcamento do ex-ditador iraquiano, em 30 de dezembro em Bagdá.

Seu provável sucessor ao cargo de primeiro-ministro, o atual ministro das Finanças Gordon Brown, condenou neste domingo a forma com a qual Saddam Hussein foi executado, que considerou "lamentável" e "totalmente inaceitável".

Na sexta-feira, Blair declarou que se expressaria sobre o assunto na próxima semana. Downing Street se recusou a especificar o dia exato.

"Sobre o que Tony Blair vai falar na próxima semana, não pensamos que haverá qualquer surpresa sobre sua posição", declarou neste domingo uma porta-voz de Downing Street.

"Ele apóia a investigação lançada pelas autoridades iraquianas. Ele considera que a forma com a qual Saddam Hussein foi executado foi totalmente inadequada, mas isso não pode nos fazer esquecer os crimes cometidos (pelo ex-ditador), e a morte de centenas de milhares de iraquianos", disse a porta-voz.

Na quarta-feira passada, Blair apoiou a decisão de seu colega iraquiano Nuri al-Maliki de lançar uma investigação sobre a divulgação de um vídeo pirata mostrando o enforcamento de Saddam Hussein.

O ex-ditador foi xingado antes de sua execução. Sua morte foi recebida com gritos de alegria, e imagens de seu enforcamento, gravadas com um telefone celular, foram divulgadas na Internet.