O Conselho Deliberativo do Corinthians oficializa nesta terça-feira, às 20h, no Parque São Jorge, o afastamento de Alberto Dualib e a posse do vice Clodomil Orsi como substituto do presidente licenciado pelo prazo de 60 dias. Os líderes da oposição, porém, querem que o presidente do CD, Carlos Eduardo Senger, inclua na pauta da reunião a saída não apenas temporária, mas definitiva de Dualib.

Segundo José Antônio Avenia Neri, conselheiro ligado ao grupo de Andrés Sanchez, um dos principais combatentes de Dualib, a medida iria abrir caminho para o impeachment do presidente afastado. “Como Senger é claramente ligado ao Dualib, que o colocou no cargo, é provável que a gente encontre resistência. Não custa nada tentar”, observa.

Mas, se o tema entrar na pauta, Neri acredita que isso poderia representar o fim do ciclo de Alberto Dualib no clube. “De um total de 300 conselheiros que talvez apareçam para votar, uns 250 estão contra o Dualib. Até os antigos aliados decidiram abandoná-lo. Penso que a Era dele acabou”, supõe Neri, um dos homens próximos tanto de Andrés Sanchez quanto de Mário Gobi, candidato derrotado à presidência do CD.

Se a maioria optar pelo afastamento definitivo, segundo Neri, será formada imediatamente uma comissão para discutir detalhes de um eventual impeachment e, em dois meses, no máximo, o presidente empossado – Clodomil Orsi – precisaria marcar eleições diretas destinadas ao preenchimento da cadeira que Dualib ocupou nos últimos 13 anos.

Apesar da fidelidade aparente de Orsi ao amigo Dualib, Neri disse que aposta na seriedade atribuída ao atual comandante para vê-lo colocar na pauta um dos itens mais polêmicos da noite. “Não vejo mais clima para o retorno de Dualib. Há suspeitas que o comprometem”, exemplifica Neri, ao citar as recentes denúncias do Ministério Público, que o acusa de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.