Setecidades Titulo Descentralização
Diadema não terá verba para farmácia de alto custo

Prefeito Lauro Michels afirma que só aceitará projeto do Consórcio Intermunicipal se o Estado custear descentralização

Bia Moço
Especial para o Diário
06/04/2018 | 07:00
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Denis Maciel


 O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), afirmou, na tarde de ontem, que a descentralização da farmácia de alto custo do Hospital Estadual Mário Covas, prevista para acontecer até julho nos quatro Poupatempos espalhados pela região (Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá), depende de custeio total do governo do Estado para ocorrer no município. Lauro alega que a Prefeitura não conseguirá arcar com a contrapartida necessária para o armazenamento e distribuição dos medicamentos.

“Não tenho como fazer mais pelo Estado, sendo que eu preciso da ajuda deles. Diadema tem uma dificuldade enorme de custo. Não é que não sejamos a favor da farmácia. Pelo contrário. Desde que, todo esse custeio seja proveniente do Estado. Aí sim eu aceito (implementar)”, justificou Lauro. De acordo com o chefe do Executivo, os remédios destinados aos moradores de Diadema poderão ser distribuídos em outras cidades, como, por exemplo, São Bernardo.

Para o prefeito, descentralizar a farmácia de alto custo causará transtornos à Prefeitura. “Quando faltar medicamento nesta farmácia a culpa será apontada como minha. Então, para que isso (descentralização) ocorra, teria de ser muito bem conversado. Por ora, vamos continuar fazendo da forma que o Estado faz hoje.”

A Secretaria do Estado da Saúde anunciou, há uma semana, que o processo de descentralização teria início por São Bernardo. No entanto, após reunião do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, na terça-feira, os chefes dos Executivos de Santo André e de Mauá deliberaram pedido ao Estado para que a distribuição dos remédios seja feita de forma simultânea nos Poupatempos e também em unidade de Saúde de São Caetano – Manoel Pirajá da Silva. No caso de Mauá, a unidade atenderá também pacientes de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, onde não há Poupatempo.

CROSS

Os municípios da região formalizaram acordo com o governo do Estado para instalação de unidade da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) nas dependências do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, em Santo André. A unidade estadual tem como objetivo distribuir os pacientes do Grande ABC para as vagas de atendimento nos equipamentos públicos de Saúde, propiciando o ajuste da oferta disponível.

Tendo em vista que Diadema não é conveniado à entidade desde o ano passado, existe o receio, por parte do prefeito, de que moradores do município fiquem de fora da Cross. “O SUS (Sistema Único de Saúde) é universal. O Consórcio não pode se habilitar da regulação de uma Cross, que é do Estado de São Paulo”, afirmou Lauro.

Prefeitura entrega Novo Iguassu

Cerca de 250 pessoas respiram aliviadas após oito anos de impasse no bairro Eldorado, em Diadema. Isso porque os moradores do Empreendimento Habitacional de Interesse Social Novo Iguassu receberam, na tarde de ontem, o loteamento finalizado. Foram entregues 83 sobrados populares, um centro comunitário, 11 painéis de arte urbana e uma horta comunitária. A área – habitada há 25 anos – conta com outras 91 famílias já instaladas e que deverão receber melhorias em suas casas a partir de segunda-feira.

O loteamento também passou a contar com redes de água, esgoto, drenagem, iluminação e pavimentação. O Novo Iguassu é a primeira obra a ser inaugurada pelo Programa de Recuperação de Interesse Social no município.

O início da obra foi em outubro de 2016, no entanto, somente após o licenciamento ambiental por parte da Secretaria Estadual de Meio Ambiente – por se tratar de região de proteção e recuperação de manancial – foi executada.

Das famílias beneficiadas, 55 já residiam no local e precisaram ser removidas da área para a liberação do terreno. Desde 2011, esses moradores recebem auxílio-aluguel no valor de R$ 360. Para essas novas moradias também estão sendo transferidas outras 26 famílias do Sítio Joaninha, que também passa por obras.

Para Rita Cambulim Oliveira, 65 anos, poder entrar na sua própria casa significa dormir tranquila. “Com o benefício (bolsa-aluguel) não dá para pagar o valor da casa que moro, tenho de colocar mais R$ 490. A casa está no cimento por dentro, terei de arrumar tudo, mas já é alguma coisa.”

De acordo com o prefeito, o complexo Caviúna – parado desde 2014 – já está em obras. “Estamos entrando agora com a manutenção dos núcleos com recurso próprio da Prefeitura. Falta somente a terceira etapa, da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que já está realizando a regularização de esgoto e água.”




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