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Chance de fazer justiça
Por Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
21/02/2008 | 07:00
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A categoria de melhor ator coadjuvante no Oscar deste ano dará a dois indicados, esnobados anteriormente, a chance de levar a estatueta para casa. São eles o espanhol Javier Bardem e o inglês Tom Wilkinson, indicados recentemente.O favorito é Bardem, que rouba a cena em Onde os Fracos Não Têm Vez. O inglês, assim como quase toda a equipe indicada pelo trabalho em Conduta de Risco, é considerado o azarão.

Os demais candidatos são um ganhador também recente, um jovem de atuação surpreendente e um octagenário famoso na Broadway. Philip Seymour Hoffman, no páreo pelo papel no inédito Jogos do Poder, é um orgulhoso dono de Oscar, ganho em 2006, pelo impressionante desempenho em Capote.

Casey Affleck, conhecido de Onze Homens e um Segredo e suas seqüências, foi indicado pelo bandido que pôs fim à vida de lendário assaltante em O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford. Sua atuação ofuscou até mesmo Brad Pitt. Já o octagenário Hal Holbrook, dirigido por Sean Penn em Na Natureza Selvagem, é ator mais velho a ser indicado em 80 anos de premiação). Holbrook é conhecido por interpretar o informante Garganta Profunda em Todos os Homens do Presidente (1976).

Javier Bardem, espanhol, 38 anos

Indicado por Onde os Fracos Não Têm Vez. Indicação na categoria melhor ator em 2001 (Antes do Anoitecer).

Bardem, o assustador Chigurh no filme dos irmãos Coen, é de família de atores, mas se dedicou ao rugbi por bastante tempo (esteve na seleção espanhola). Embora tenha feito uma ponta em De Salto Alto (1991), de Almodóvar (com quem voltaria a trabalhar após seis anos, em Carne Trêmula), seu padrinho na Espanha foi Bigas Luna, diretor de As Idades de Lulu, Jamon, Jamon, Ovos de Ouro e A Teta e a Lua, todos nos anos 1990. Em Hollywood, foi elogiado por Antes do Anoitecer, em que viveu o dissidente cubano Reinaldo Arenas. Este ano, estrela no novo de Woody Allen (Vicky Cristina Barcelona), na biografia de Pablo Escobar e em adaptação de Fellini 8 1/2.

Philip Seymour Hoffman, norte-americano, 40 anos

Indicado por Jogos do Poder. Ganhador do Oscar em 2006 (Capote).

O incansável Hoffman é ícone da cena cult. Do candidato ao Oscar Paul Thomas Anderson, por exemplo, só não esteve em Sangue Negro. Ainda é chapa de Cameron Crowe (Quase Famosos) e de Todd Haynes (Felicidade). Mas o gordinho de vozeirão (que afinou para viver o escritor Truman Capote) não quer virar estrela. Cinema-catástrofe (Twister, Missão Impossível III), comédias (Quero Ficar com Polly) e até dramalhões convencionais (Perfume de Mulher) contaram com seu talento.

Hal Holbrook, norte-americano, 83 anos

Indicado por Na Natureza Selvagem.

Ele foi o mais polêmico entre Todos os Homens do Presidente, produção de Alan J. Pakula sobre o escândalo em Watergate (Holbrook era o informante Garganta Profunda). Porém, o octagenário é conhecido até hoje nos Estados Unidos como um verdadeiro colecionador de prêmios Tony (o ‘Oscar’ da Broadway). Nos últimos tempos, tem se dedicado a participações em séries como The West Wing e The Sopranos. Holbrook é o ator mais velho a receber uma indicação na Academia, por seu papel no filme dirigido por Sean Penn.

Tom Wilkinson, inglês, 59 anos

Indicado por Conduta de Risco. Indicação a coadjuvante em 2002 (Entre Quatro Paredes).

Ele se formou pela tradicional Royal Academy of Dramatic Arts e na maioria das vezes interpreta papéis que exigem intensa carga dramática. Mas, para os brasileiros, ele sempre será lembrado como o cara mais velho que banca o stripper em Ou Tudo ou Nada (1997). Desde então, emplacou papéis diversificados fora da Inglaterra, incluindo em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004), Batman Begins (2005) e Um Beijo a Mais (2006).

Casey Affleck, norte-americano, 32 anos

Indicado por O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

Ele é comparado com o irmão mais velho, Ben. As avaliações, porém, são mais generosas com ele, supercriterioso em suas escolhas. No início de carreira, trabalhou com Gus Van Sant antes do irmão (Van Sant dirigiu Gênio Indomável, roteiro de Ben e de Matt Damon) e aproveitou as chances por cair nas graças de George Clooney e Brad Pitt. Além de Robert Ford, que lhe rendeu a indicação, teve boas críticas pelo papel em Medo da Verdade, estréia (elogiada, por sinal) de seu irmão como diretor.




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