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Acusado da morte de Celso Daniel vai a júri na quinta
Do Diário do Grande ABC
14/11/2010 | 07:05
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Quase nove anos depois, Marcos Roberto Bispo dos Santos será o primeiro acusado no caso Celso Daniel a sentar no banco dos réus. O Ministério Público o acusa de fazer parte do grupo que matou a tiros o então prefeito de Santo André, do PT, em 18 de janeiro de 2002. O julgamento está marcado para quinta-feira no Fórum de Itapecerica da Serra.

 

A promotoria sustenta que o petista foi vítima de crime de mando e que esse mandante chama-se Sérgio Gomes da Silva, empresário. Ele foi segurança do prefeito, depois assessor de confiança. Na noite em que Daniel foi capturado estavam juntos. Voltavam de um jantar. Sombra dirigia a Pajero do amigo em rua da periferia de São Paulo, quando um bando os cercou. Apontando armas de fogo, levaram Daniel. Dois dias depois o corpo apareceu, crivado de balas, em estrada de terra de Itapecerica.

 

O juiz Antonio Hristov, em 12 páginas de decisão, aponta indícios contra Gomes. Cita o relato do médico João Francisco Daniel, irmão de Celso, que afirma ter sido avisado que dinheiro de corrupção ia para o PT. O criminalista Roberto Podval, que defende Gomes, sustenta sua inocência.

 

Dez foram os denunciados pelo Ministério Público, mas apenas sete a Justiça pronunciou, ou seja, mandou para o tribunal do júri, que julga crimes contra a vida. O primeiro deles é Bispo, que será acusado perante o corpo de jurados pelo promotor de Justiça Francisco Cembranelli - especialista em demandas dessa natureza, ele conseguiu a condenação do casal Nardoni pela morte da menina Isabella.

 

O júri já deveria ter ocorrido a 27 de julho, mas a promotoria requereu adiamento. Os autos, uma pilha de 34 volumes, mostram, como diz o Ministério Público, que Bispo conduzia o veículo Santana que fechou a Pajero de Daniel. Contra o acusado pesa sua confissão ao Departamento de Homicídios. Na Justiça, ainda na fase de instrução do processo, ele negou a participação.

 

O Ministério Público está convencido de que Daniel foi eliminado porque resolveu dar um basta em vasto esquema de corrupção e propinas em sua administração, o que teria provocado a ira de Gomes. Mas a polícia concluiu, em dois inquéritos, que o petista foi alvo de "crime comum" - os assassinos estariam na busca de um empresário e atacaram o alvo errado.

 

"A tese da defesa é negativa de autoria", declarou o advogado Adriano Marreiro dos Santos, que defende Bispo. "Ele não participou do sequestro. Não há nos autos prova que o coloque no local dos fatos."




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