Política Titulo
Com depoimento de Feijó, polícia abrirá acareação

Assessor nega ordem de Aidan para Calixto atuar no Semasa

Fábio Martins
do Diário do Grande ABC
18/05/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


Antônio Feijó, assessor do prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), negou ontem em depoimento à Polícia Civil que houve determinação do chefe do Executivo para que o advogado Calixto Antônio Júnior, mesmo sem ser funcionário, atuasse no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Por conta disso, o delegado Gilmar Bessa adiantou que será imprescindível acareação no momento oportuno. "Não podem existir duas verdades tão antagônicas."

A ideia é convocar Feijó junto o superintendente Ângelo Pavin, exonerado ontem, ou entre o assessor e o diretor financeiro, Nelson de Freitas, autor do documento que comunica a atuação de Calixto. "Alguém está mentindo e não vejo que seja difícil provar. Ficando provado que alguém mentiu, vai responder pelo crime de falso testemunho."

Quatro pessoas garantiram, em oitiva na polícia, que a deliberação partiu de Aidan, ordenando o ato ilegal pelo trabalho do advogado para supostamente fazer análise de pagamentos a fornecedores da autarquia: Pavin, Freitas, Calixto e o superintendente adjunto, Dovilio Ferrari Filho, Feijó rechaçou, inclusive, que conheça ou tenha feito a ligação telefônica para o diretor financeiro, que resultou na elaboração de comunicado que oficializou a ação.

Contrariando às declarações de Pavin, Feijó assegurou que nunca fez reunião no Semasa junto com o secretário de Finanças, Heitor Sichmann, para tratar de listagem de pagamentos a prestadoras de serviço da autarquia.

O delegado afirmou que expedirá notificação hoje para convocar o ex-secretário de Gabinete da Prefeitura Beto Torrado, o então funcionário ligado ao departamento financeiro do Semasa, André Nagy, e o assessor Viana, que autorizou a liberação, a pedido do prefeito, da quitação da Peralta Ambiental, no valor de R$ 4,4 milhões. Outro a ser intimado é o ex-homem-forte da administração Nilson Bonome.

Bessa não descarta convocar Aidan para prestar esclarecimentos. Para ele, nenhuma possibilidade nesse momento está sendo deixada de lado. "Se para a apuração precisar ouvir, todos serão ouvidos. Não posso fazer essa exclusão. Não foi instaurado para investigar A, B ou C. A gente investiga fatos." O prefeito tem foro privilegiado processual, não de investigação. O procedimento instaurado na polícia é de inquérito.

Defesa - O advogado Ronaldo Marzagão, que representa o prefeito, prefere não se manifestar sobre a hipótese de convocação, aguardando formação de convicção definitiva da autoridade policial para se posicionar. Reitera o respeito de Aidan às autoridades constituídas e lembra que ele, por iniciativa própria, se colocou espontânea e oficialmente à disposição da Procuradoria-Geral de Justiça. "Haja vista que, por disposição constitucional, é a autoridade que oficia perante o Tribunal de Justiça, órgão do Poder Judiciário ao qual compete eventual processamento de investigação contra prefeito", disse, garantindo disposição de colaborar com investigações.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;