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Franklin Martins diz que só Globo sabe motivo de sua saída
Danielle Araújo
Da TV Press
08/06/2006 | 08:48
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Franklin Martins não ficou desempregado nem um dia. O jornalista político foi dispensado pela Globo e imediatamente recebeu um convite para trabalhar na Band. A partir desta segunda-feira, dia 12, Franklin será o principal comentarista político do Jornal da Band, às 19h20. “Vou continuar fazendo o jornalismo que sei fazer. Pego a notícia, interpreto e dou ao telespectador o direito de formar a sua própria opinião”, ressalta. Aliás, de uns tempos para cá, os comentários de Franklin não estavam agradando à Globo, principalmente no que diz respeito à crise no governo federal. “É uma cobertura complexa. Mas procurei ser isento e não entrei no clima de linchamento”, explica. Tal insatisfação piorou com o entrevero entre Franklin e Diogo Mainardi. O colunista da revista Veja, no seu estilo iconoclasta, acusou o jornalista de manter “relações promíscuas com o poder político”, na edição de 16 de abril de 2006.

PERGUNTA: Durante oito anos você foi diretor da sucursal da Globo de Brasília. Como foi receber a notícia de que o seu contrato não seria renovado?
FRANKLIN MARTINS: A minha relação com a Globo já vinha passando por um certo processo de desgaste. Em março, eu procurei a direção e manifestei a minha dúvida se valia ou não a pena renovar o meu contrato. Eu tinha uma posição consolidada e eles queriam renovar. Mas quando voltei de férias, eles me avisaram que tinham mudado de idéia. Alegaram que fizeram uma pesquisa qualitativa e que eu não tinha uma imagem muito forte diante dos telespectadores. Eu, sinceramente, não acredito.

PERGUNTA: Você acha que saiu chamuscado pelas acusações de Diogo Mainardi?
MARTINS: Perguntei na Globo se tinha alguma coisa a ver com a briga com o Diogo e me garantiram que não. Mas só eles sabem os reais motivos.

PERGUNTA: E como você pretende se defender das acusações do Diogo?
MARTINS: Para mim, essa história serár encerrada na Justiça. Ele está sendo processado e será chamado para dar explicações. Ele terá de provar que eu tenho uma cota pessoal de nomeações no serviço público. Nessa cota, estariam o meu irmão Victor Martins, diretor da Agência Nacional de Petróleo, e minha mulher, Ivanisa. Eu não tenho nada a ver com a nomeação do meu irmão, profissional conceituado na área de petróleo, para a diretoria da ANP. Quanto à minha esposa, é funcionária pública há mais de 20 anos. Ela não exerce cargo comissionado e sequer tem função gratificada. Sinceramente, espero que ele seja condenado. O Diogo fala qualquer coisa para desqualificar pessoas e aparecer.

PERGUNTA: O que há de interessante em ir para a Band?
MARTINS: A Band tem uma coisa positiva: tem tradição no jornalismo. Como a Globo também tem. Então, posso olhar para trás e ver o que já fiz no jornalismo e olhar para frente e ver a continuidade da carreira.

PERGUNTA: Na TV, você tem segundos para fazer uma análise política. É complicado condensar uma opinião em tão curto tempo?
MARTINS: A televisão obriga você a ser essencial. Tem de ir direto ao assunto, não dá para florear. A minha participação tem de ser basicamente a de reforçar uma idéia central. Não posso jogar cinco ou seis idéias em um mesmo comentário. O legal é que na TVu uso mais os gestos e o timbre da voz.



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