Militante histórico do PT, o ex-vereador de Santo André José Montoro Filho, o Montorinho, entregou ontem carta de desfiliação da legenda, em breve comunicado entregue no diretório municipal.

Terceiro mais votado do partido na cidade, em 2016, com 3.956 votos, Montorinho foi impedido de assumir o cargo porque teve sua candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral, sendo enquadrado na Lei de Ficha Limpa.

Montorinho foi presidente da Câmara entre os anos de 2007 e 2008 e teve seus balancetes do Legislativo rejeitados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) pelo pagamento de subsídios complementares nos moldes de 13º salário.

O agora ex-petista chegou a receber aval para figurar nas urnas, mas o Ministério Público Eleitoral recorreu da decisão no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) e o caso reverteu, resultando na cassação do registro. Ele foi vereador por seis mandatos.

Nos bastidores políticos da cidade, pelo menos duas hipóteses são ventiladas. A primeira é que Montorinho poderia seguir o caminho dos ex-vereadores José de Araújo (PSD) e Sargento Juliano (PSB), que assumiram cargos na gestão do prefeito Paulo Serra (PSDB), após também terem obtido votação para serem eleitos, mas que acabaram barrados pela Justiça.

Araújo é o atual superintendente da SATrans, empresa que gerencia o transporte público da cidade, enquanto Juliano comanda o Serviço Funerário.

Outra possibilidade levantada seria a do ex-petista aderir ao projeto eleitoral do atual presidente da Câmara, Almir Cicote (Avante), que deve se candidatar a deputado estadual.

Na visão do presidente do PT de Santo André, Zé Paulo Nogueira, o impedimento legal de assumir o mandato pode ter influenciado na saída de Montorinho dos quadros petistas. “Lamentamos muito a saída do Montorinho, que fez parte da história do PT e ajudou o partido a construir legado no município. Ele ficou bastante chateado por não ter conseguido assumir a cadeira de vereador. Mas durante o processo, ele sempre demonstrou confiança na reversão dessa situação”, comentou.

O ex-vereador não fazia parte da Executiva municipal da sigla, assim como nenhum integrante de seu grupo político. Montorinho foi procurado pelo Diário, mas não retornou aos contatos da reportagem até o fechamento desta edição.