Em resposta a críticas de que o pacote de política industrial recém-lançado contempla alguns setores e não toda a economia, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou que os 24 segmentos abrangidos representam 90% do PIB (Produto Interno Bruto).

Miguel Jorge, que esteve ontem em evento em Santo André, acrescentou que sempre é possível melhorar e aprofundar o projeto, mas que a economia brasileira está bem representada. "Vemos com surpresa essas críticas", afirmou o ministro, acrescentando que nada impede que outros segmentos possam ser contemplados.

Em relação ao problema da variação cambial - a queda do dólar frente ao real, que tem retirado rentabilidade das vendas do País ao mercado internacional -,o ministro avalia que o plano pode ajudar as indústrias brasileiras no Exterior, por exemplo, por estimular a inovação tecnológica, questão importante para oferecer mais competitividade ao produto nacional.

"Em todos os países que possuem uma política industrial, para desenvolver a produção, não se leva em conta problemas conjunturais", disse.

Para Miguel Jorge, o plano vai ajudar a deslanchar diversos setores, entre os quais o naval, de veículos e o de máquinas e equipamentos.

Ele contou que na última semana conversou com compradores de máquinas que, segundo ele, desistiram de comprar produtos chineses por causa do programa, que prevê a ampliação do prazo para o financiamento do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) de cinco para dez anos.

O ministro também considera que o programa pode ajudar o setor automotivo, para que se chegue à capacidade produtiva de 5 milhões de veículos em 2010.

LIVRARIA
Miguel Jorge esteve ontem no lançamento de livro do economista Jefferson da Conceição (Quando o Apito da Fábrica Silencia, editora ABCD Maior), que relata o fechamento de muitas indústrias da região, na década de 1990 e a recuperação da força da atividade, graças à articulação de sindicatos, empresas e o poder público local.