O presidente da Câmara de São Bernardo, Otávio Manente (PPS), pediu licença do cargo ontem, por meio dos funcionários da Casa, em decorrência de cirurgia cardíaca realizada na sexta-feira. O vice-presidente, Estevão Camolesi (PTdoB), assumirá o posto, à princípio, durante esta semana, período que durará o afastamento do popular-socialista. O primeiro suplente, Miranda da Fé (PPS), será convocado para exercer o mandato parlamentar pelo mesmo tempo, o que compreende apenas uma sessão.

A necessidade da cirurgia foi apontada depois de exames promovidos nos dias 19 e 22 - devido ao histórico de Manente -, quando ele foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) a pedido do cirurgião Fábio Jatene, para que fossem feitos novos exames com urgência. Durante os procedimentos, na quinta-feira, decidiu-se a imediata realização da intervenção cirúrgica, sendo operado no dia seguinte no Incor (Instituto do Coração), em São Paulo.

Manente possui válvula no coração, colocada há quatro anos, que precisa de acompanhamento periódico para verificar a necessidade de troca. Porém, após cateterismo se detectou problemas no quadro da veia aorta.

Cateterismo cardíaco é um método diagnóstico invasivo pelo qual se avalia a presença ou não de entupimentos nas artérias coronárias secundária às placas de gordura, além do funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco.

Segundo a assessoria de imprensa da Casa, o procedimento foi realizado com sucesso e o paciente aguarda em repouso e consciente por sua recuperação no próprio hospital. Entretanto, até ontem, ainda não havia sido entregue relatório médico para deliberar a licença.

Os 13 parlamentares de sustentação ao prefeito Luiz Marinho (PT), que iriam se reunir na sexta-feira para discutir, entre outros temas, a eleição da mesa diretora, seguraram a pauta, uma vez que o diálogo envolve diretamente o atual presidente. As negociações relacionadas às comissões, com isso, foram paralisadas.

Caso Miranda não possa assumir a função, o segundo suplente Irineu Checon (PPS) teria o direito de ocupar a cadeira. Os cargos da mesa não podem ser assumidos por substitutos.

Esta é a segunda vez que Manente sofre com problemas ligados à saúde. No primeiro semestre de 2009, o popular-socialista também diminuiu o ritmo de trabalho parlamentar devido a processo de quimioterapia.