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Eleições expõem racha na base de Leonel Damo
Por Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
08/06/2006 | 08:03
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A base de sustentação do prefeito Leonel Damo (PV) na Câmara de Mauá está quebrada. Após o risco de perder o comando do Executivo, por força de ação impetrada por Chiquinho do Zaíra na Justiça Eleitoral – que, por 6 a 0, manteve o prefeito no Paço –, o maior problema agora é a manutenção dos vereadores aliados, que são hoje a minoria no Legislativo e já mostram sinais de descontentamento com os rumos políticos da administração.

A fratura na base foi exposta quando o líder de governo, Carlos Alberto Polisel (PSDB), anunciou pré-candidatura a deputado estadual durante a sessão de terça-feira. O argumento do tucano foi uma carta enviada pela direção estadual do partido, cobrando dele compromisso assumido no ano passado de concorrer a uma vaga de deputado. “Se não cumpríssemos, poderia haver intervenção”, alega o parlamentar.

Segundo Polisel, não há problemas em conciliar a pré-candidatura com a liderança do governo na Casa. Tudo certo, não fosse a filha do prefeito, a vereador Vanessa Damo (PV), também postular uma vaga na Assembléia. “Encaro isso (a pré-candidatura de Polisel) com naturalidade, todos são livres para buscar espaço”, garante ela.

Alguns aliados reclamam da pré-candidatura do tucano, por entender que irá tirar votos de Vanessa. Nos bastidores, integrantes da administração avaliam que a postura de Polisel favorece o grupo de Chiquinho do Zaíra (PSB), que, apesar da derrota no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), ainda não desistiu de brigar pela Prefeitura. Defendem que Leonel Damo entre no circuito para aparar as arestas. Lembram que o PSDB é o segundo partido com maior espaço hoje no governo de Mauá – tem cinco secretarias, além da vice-prefeita, Leni Walendy. Para parte dos governistas, duas candidaturas é o mesmo que nenhum deputado eleito.

“Quem está na base do governo tem de apoiar a candidatura do governo”, cobra o vereador Átila Jacomussi (sem partido), sem citar nomes. A adesão a Vanessa não é unânime na base aliada – além de Polisel, o vereador governista Manoel Lopes (PFL) não pretende buscar votos para a filha do prefeito. O pefelista, pré-candidato a deputado federal, fará dobradinha com o presidente da Assembléia, Rodrigo Garcia, também do PFL e que busca a reeleição a deputado estadual.

“Tenho compromisso com a governabilidade, mas não de eleger quem o prefeito quer. E minha independência política, onde é que fica?”, questiona Lopes. Tanto o pefelista quanto o tucano dizem que o prefeito não condicionou a entrada na base governista ao apoio à pré-candidatura da filha. “Perguntei em setembro ao Leonel se a Vanessa seria candidata e ele disse que não. Do meu grupo, nunca foi pedido apoio a ninguém”, garante Polisel.




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