Economia Titulo Automóveis
Vendas de carros
têm recorde em janeiro

Promoções, compra facilitada e juros menores alavancaram
em quase 10% o comércio de automóveis zero-quilômetro

Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
02/02/2012 | 06:36
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As vendas de automóveis e comerciais leves zero-quilômetro bateram recorde em janeiro. O comércio nesse mês, considerado fraco por conta do pagamento de impostos, como IPVA e IPTU, da compra de material escolar e por preceder dezembro, marcado por alto volume de vendas graças ao pagamento do 13º salário, superou em 9,81% o total vendido em janeiro do ano passado, somando 252,7 mil unidades. Na comparação com dezembro, porém, ficou aquém em 23,24%. As informações estão disponíveis no site da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que considera o total de veículos emplacados.

Na avaliação do consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive, devem ser considerados alguns fatores para explicar o cenário. "Houve um festival de promoções. Algumas concessionárias deram viagens para quem comprou carro em janeiro, outras, jogaram a primeira parcela para depois do Carnaval. Houve também desconto sobre unidades estocadas e troca de carro com troco em dinheiro", enumera. "É preciso considerar que as vendas de dezembro foram muito boas, e as que foram feitas já no fim do mês, só tiveram seu licenciamento realizado em janeiro, em virtude das festas de fim de ano."

Outro item que contribuiu ao resultado foi a quantidade de dias úteis, 22 em janeiro contra 21 no mesmo mês do ano passado. O cenário positivo surpreendeu, pois janeiro foi marcado por mudança no acordo trabalhista de concessionárias e distribuidoras de veículos. No Grande ABC, assim como em toda a Região Metropolitana, elas passaram a abrir apenas em dois domingos por mês, e não mais em todos, como ocorria há dez anos. No Rio de Janeiro, não abrem mais aos domingos.

REGIÃO - Para Edimar Vieira de Lima gerente geral de vendas da concessionária Savol em Santo André, a medida fortaleceu os sábados, que contam com todo o efetivo de funcionários. "A demanda do domingo foi transferida para o sábado", diz. Ele afirma que antes eram vendidos 30 carros no sábado e 20 no domingo e, hoje, o sábado quase se equipara ao fim de semana, com 45 veículos.

Em sua loja foram comercializadas 190 unidades no mês passado, 10% a mais do que no mesmo período em 2011 e 15% a mais do que em dezembro. Entre os atrativos, estavam IPVA 2012 grátis, veículos do ano com preço de 2011 (normalmente, de um ano para outro, o valor encarece 3%) e juros de 1,29%, em vez de 1,49%, tanto para quem dá 20% de entrada como 40%. "Nosso estoque diminuiu de 35 dias para 18 dias", conta.

Para o supervisor de vendas Pedro J. Neto, da Avel, na mesma cidade, o que ajudou a melhorar saída dos veículos foi o retorno do financiamento em 60 meses (durante boa parte do ano passado esse prazo não foi praticado, por conta das medidas de restrição de crédito do governo) e a troca com troco. "Por exemplo, o carro dado como entrada vale R$ 25 mil, mas o cliente precisa de R$ 5.000, ele deixa R$ 20 mil de entrada e leva os R$ 5.000 em dinheiro."

O gerente de veículos novos da Viamar de São Bernardo, Paulo Wodewotzky, também comemorou os resultados. Foram comercializados 170 carros, 18% a mais que em janeiro de 2011 e o mesmo que em dezembro. "Acredito que o que ajudou bastante foi a intensa divulgação realizada pela montadora, principalmente em torno do Agile e do Celta", explica. "Os sábados do mês ficaram lotados."

Não à toa, a GM assumiu a liderança do ranking mensal, com vendas de 52.863 automóveis e comerciais leves. No mesmo período do ano passado, foram 41.159 unidades, o que lhe garantia o terceiro lugar. Na sequência estão Fiat e Volkswagen.

PERSPECTIVAS - Para Garbossa, neste ano as vendas de veículos deverão crescer entre 4% e 4,5% em relação a 2011 (no ano passado, a alta foi de 3% sobre 2010). "A redução da Selic, a maior oferta de crédito e a estabilidade da economia deverão favorecer o aumento."

O presidente do Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado de São Paulo), Octavio Vallejo, é um pouco mais conservador e acredita em alta entre 3,7% e 4%. "Tudo depende de que rumo terão os problemas mundiais. Dependendo do desenrolar da crise, alguém vai comprar menos de nós, o que terá consequências."




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