Política Titulo Descaso
OAS demite 120 em obra do piscinão do Paço

Construtora paralisa serviços em
S.Bernardo e reclama de falta de repasse

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
24/10/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC:


A Construtora OAS, que ao lado da Serveng Civilsan executa a obra do piscinão do Paço em São Bernardo, demitiu nesta semana 120 funcionários e projeta o corte de mais 80, alegando falta de recursos para continuidade dos serviços. O projeto é uma das principais plataformas políticas que o prefeito Luiz Marinho (PT) tenta colar no secretário de Serviços Urbanos, Tarcisio Secoli (PT), já definido como candidato à sucessão no pleito de 2016.

O número de demitidos da empreiteira foi anunciado pelo presidente da Sintracon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Admilson Lúcio Oliveira. “Recebi alguns funcionários da empresa, que, de maneira desesperada, vieram pedir ajuda. Eles me disseram que foram desligados sob o argumento de que a empresa não havia recebido os repasses dos governos federal e municipal. Vou me reunir com integrantes da Prefeitura e da construtora nos próximos dias para tentar reverter a situação”, disse o dirigente, citando que a maioria das demissões se concentrou em pedreiros. Segundo ele, também foram cortados funcionários do setor administrativo.

A equipe do Diário esteve ontem, às 16h, no canteiro e constatou cenário de abandono, sem a presença de nenhum trabalhador.

Iniciado em dezembro de 2013, o piscinão tem previsão de conclusão para o fim de 2016 e custo estimado de R$ 295,8 milhões, grande parte custeada pelo governo federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Pelo projeto original, o piscinão terá capacidade de armazenar até 220 milhões de litros e será interligado com galerias construídas sob a Rua Jurubatuba e a Avenida Aldino Pinotti – essas ainda em andamento. Objetivo será minimizar as enchentes no Centro da cidade.

O canteiro chegou a ficar abandonado também entre o fim de 2014 passado e começo deste ano por morosidade no repasse de recursos. Na ocasião, a OAS demitiu em torno de 200 funcionários. Os serviços foram retomados cerca de quatro meses depois, após o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), admitir entraves em alguns convênios.

Sobre a demissão em massa, Marinho garantiu “que a obra não corre perigo” de paralisação, argumentando apenas que fará nova vistoria em breve. “Eu não administro as contratações e demissões das empresas. O que nós estamos fazendo é trabalhar. Na primeira ou segunda semanas de novembro devo vistoriar a obra para mostrar seu estágio”, pontuou o petista.

Procurada, a OAS não se manifestou sobre o assunto.




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