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Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024

A nova comunicação presidencial
Do Diário do Grande ABC
19/01/2019 | 09:01
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Artigo

Como toda ciência humana, a comunicação também está em constante transformação e mutação, gerando novos desafios aos profissionais da área, público e seus emissores.

Atualmente no País, por exemplo, estamos passando por mais um desses processos com o governo do presidente Jair Bolsonaro e sua predileção quase que exclusiva em utilizar as redes sociais como canais oficiais de comunicação com a população.

É claro que a influência dessas mídias vem se tornando mais forte dia após dia graças a fatores como velocidade de proliferação (a chamada viralização), o custo baixíssimo se comparado com os meios tradicionais e o número cada vez maior de pessoas ligadas fulltime nas redes, recebendo e compartilhando informações.

Entretanto, desde sua popularização elas sempre foram vistas como acessórias e complementares à mídia tradicional em todas as esferas de governo. Pela primeira vez, a equação se inverteu no Brasil (nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump já faz isso desde sua eleição, em 2016), demandando reciclagem e preparo dos agentes públicos e comunicólogos para enfrentar o desafio e novo perfil de consumidor.

O primeiro grande desafio é para os atores políticos, que necessitam do contato direto com a população. Como se portar? Não há padrão preestabelecido, mas há algumas premissas básicas para ter êxito na comunicação. É entender o seu público, suas características e suas demandas. Além da interatividade, claro, e não ser somente um mero produtor de conteúdo. É necessário ter o que mostrar.

Para nós, profissionais de comunicação, a nova era também surpreende e nos leva à reflexão das teorias clássicas da área e de antigos padrões estéticos e normativos nos levando à atualização, absorvendo pontos do marketing como SEO (Search Engine Optimization) e também novos estilos e formas (uma live do Facebook atualmente atrai repercussão e audiência instantâneas, concorrência desleal com veículos impressos, por exemplo).

No meio dessas mudanças todas estão o público e sua riqueza de características. Seu comportamento deve ser aferido e estudado minuciosamente a fim de buscar os melhores resultados. A ele (ou melhor, a nós) cabe o senso crítico e a filtragem necessária para repelir boatos e as famigeradas fake news. Eis aí o grande desafio de todos nós.

Postas essas argumentações, cabem algumas provocações ao leitor: estamos preparados enquanto sociedade para essa mudança brusca de rota? A nova política de comunicação do governo federal terá efeito cascata e será permanente? Ou estamos apenas diante de nuvem passageira? Uma coisa é certa: o novo cenário exige muito mais de todos nós.

Caio Bruno é jornalista e morador de São Caetano.

Palavra do leitor

Indústria de multas
Há sim, admito, muito abuso de motoristas irresponsáveis no trânsito, mas abuso ainda maior vem do poder público, com a imoral e cada vez mais voraz indústria de multas. Pedestre há 77 anos, habilitado para dirigir carro desde 1963 e moto desde 1974, jamais provoquei acidentes porque sou responsável e dirijo bem, sim senhor! Por isso, indignado, faço aqui meu desabafo. As velocidades máximas permitidas são propositadamente muito baixas, não para evitar mortes, mas para, dessa forma também, sem escrúpulo algum, meterem a mão no nosso bolso. Maus motoristas matam até nas calçadas, pagam fiança, saem e vão matar mais vezes. Se de fato o governo quisesse preservar vidas, bandidos reincidentes não estariam soltos e cada vez em maior número, assaltando e matando nas esquinas. Doentes não morreriam sem atendimento, jogados nos corredores dos hospitais públicos abandonados, lotados e sem médicos. Avenidas e ruas não estariam esburacadas, com crateras enormes, mal sinalizadas e às escuras, propiciando mais mortes.
Nilson Martins Altran
São Caetano

De novo
Para variar, dia 17, pouco antes de chover – pouco – no bairro Assunção, em São Bernardo, faltou luz. Onde e por que a Prefeitura investiu dinheiro para evitar as frequentes interrupções? A situação piorou muito.
Serge R Vandevelde
São Bernardo

Tarifa
O MPL (Movimento Passe livre) erra ao defender, como o próprio nome do grupelho diz, ‘passe livre’. Ora, a passagem, concordo com eles, está cara para quem paga, porque tem muita gente que não paga no atual sistema. São estudantes, idosos etc. O MPL deveria lutar, sim, por passagem mais barata, porém, não gratuita. Se estudantes pagassem metade do valor, como era tempos atrás – e nesse grupo poderiam ser incluídos também os idosos, por exemplo –, tenho certeza que a tarifa diminuiria para todos. É utopia lutar por algo grátis. Isso não existe. Será que esse grupelho não tem capacidade para assim entender? E saem para manifestações mascarados? Mascarados precisam ser presos e investigados muito bem, pois boas coisas não devem ser. Fui a várias manifestações na Paulista, sempre programadas e aos domingos, com mais de 1 milhão de pessoas de verde e amarelo, desde 2013, e não vi nenhuma lixeira quebrada ou queimada nesse período. Está certa a polícia reprimir com a devida força essas manifestações em dias da semana em horário de pico, que é coisa de quem não tem o que fazer.
Mauri Fontes
Santo André

Flexibilização
A Presidência da República editou decreto de lei sobre posse de armas. Não apenas pelo hábito de criticar, porém, causa espanto a quantidade de itens que podem ser levantados em torno de assunto tão polêmico. Começa no discurso, onde identifica pequeno grupo de legisladores como a ‘bancada da legítima defesa’, nova identificação para a ‘bancada da bala’. A lei propriamente dita carece de elementos mensuráveis de limites. Assim , por exemplo, determina que as justificativas para a admissibilidade da posse são cobertas pela presunção de veracidade, entretanto, também determina a aprovação prévia da Polícia Federal, que, em princípio, nada poderia fazer para verificar a veracidade das razões já consolidadas pela própria lei. A posse está condicionada à permanência das armas em cofre fechado, cuja existência não poderá ser comprovada, dado a inviolabilidade de domicílio, salvo em condições especialmente definidas pela Constituição. Mais uma lei polêmica!
Ruben J. Moreira
São Caetano

Filho trapalhão
A liminar solicitada pelo senador Flávio Bolsonaro e, infelizmente, concedida pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux, para suspensão das investigações que ocorrem sobre seu ex-assessor Fabrício Queiroz, e outros arrolados, não passa de confissão de culpa, já que nem investigado é o filho do presidente da República! E, além de jogar essa bomba no colo do pai, Jair Bolsonaro, foi jogada jurídica arriscada, e exclusiva de quem está apavorado. Flávio Bolsonaro precisa entender que depois do evento de sucesso da Operação Lava Jato, o Brasil mudou. E mesmo assumindo seu cargo de senador, e ser filho do presidente, não pode fazer desta República seu parque de diversão.
Paulo Panossian
São Carlos (SP) 




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