Setecidades Titulo Santo André
Sindserv denuncia
coação no Samu

Órgão apura denúncia de funcionários sobre má conservação
de ambulâncias; a prefeitura não se pronunciou sobre o caso

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
05/07/2012 | 07:00
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O Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos de Santo André) informou ontem que funcionários do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estão sendo pressionados após denunciarem problemas estruturais em ambulâncias da frota.

Além disso, a entidade relata que servidores foram coagidos a assinar documento que repudia as informações publicadas ontem pelo Diário, sobre sucateamento das veículos andreenses. O comunicado contém 28 assinaturas e foi entregue ontem na sede do jornal. A Prefeitura, mais uma vez, não se pronunciou sobre o caso.

Segundo relato de funcionários, pelo menos quatro das nove ambulâncias de suporte básico (sem UTI) estão com problemas no freio, falhas na iluminação interna e externa, sem freio de mão e sem desfibriladores - aparelhos utilizados para reanimar pacientes com paradas cardiorrespiratórias. A falta de manutenção implica em demora no atendimento das ocorrências e em risco de acidente durante o transporte.

O diretor do sindicato Wagner do Nascimento declarou que a entidade é veementemente contra qualquer tipo de pressão imposta aos socorristas. "Vamos apurar todos os indícios de perseguição e assédio moral e tomar todas as providências cabíveis junto aos órgãos competentes. É nossa preocupação garantir a segurança dos servidores e aguardamos providências imediatas da Prefeitura."

O sindicalista informou que, ainda hoje, um engenheiro de segurança do trabalho irá até a base do Samu, localizada no Jardim Las Vegas, para fazer avaliação dos veículos já identificados como inaptos para circular e atender às ocorrências do 192. Outros dois carros utilizados pela equipe e que foram reaproveitados após descarte do Corpo de Bombeiros também serão fiscalizados.

Além da vistoria, o sindicato irá protocolar ofício na Secretaria de Saúde para que a Pasta explique a ausência dos desfibriladores nos nove veículos de suporte básico. Com falta de peças, os aparelhos deixaram de ser utilizados há quase três meses.

PROTESTO

Segundo o Sindserv, parte dos funcionários que assinou o documento de repúdio às denúncias sequer utilizam os veículos em mau estado de conservação. Alguns são funcionários comissionados, administrativos, telefonistas e até terceirizados.

Procurado, um dos motoristas que endossou a denúncia informou que a reivindicação da classe é por mínimas condições de trabalho e de segurança aos pacientes e profissionais. "Somos apartidários. Não temos preferência política. Queremos aquilo que é direito nosso."

O diretor do Sindserv acrescentou antigas reivindicações dos servidores que ainda não foram atendidas pela Prefeitura. "Temos uma central de regulação médica que sequer foi informatizada." As ocorrências de urgência atendidas pelo telefone são anotadas manualmente e repassadas aos motoristas, que não contam com sistema para localização dos endereços via satélite. Acúmulo de funções e horas extras também estão entre principais reclamações.

O Diário solicitou visita à base do Samu para conhecer a frota completa do serviço, mas não recebeu retorno até o fechamento da edição.

 




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