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Dona-de-casa luta por transporte para filhos
Por Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
26/08/2005 | 08:08
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Conseguir transporte escolar para dois filhos com síndrome de Analgesia Congênita. Esse tem sido, há seis anos, o dilema da dona-de-casa Miriam Luís Alves, 34 anos, moradora da Vila Luzita, em Santo André. Ela afirma que já tentou, sem sucesso, incluir os filhos no Programa Cidade Acessível, da Prefeitura. Em razão da doença – os portadores sofrem fraturas constantes e, na maioria dos casos, não sentem dores no corpo –, os meninos apresentam deformidades nas pernas, o que dificulta a locomoção. A Prefeitura informou que só tem direito ao transporte oferecido pelo programa pessoas com deficiência, que utilizam cadeiras-de-rodas. O serviço é oferecido apenas para tratamento médico. Os interessados precisam fazer cadastro e entrar na fila de espera.

Miriam disse ter conseguido na Justiça, há seis anos, o direito a uma ambulância para que os filhos – Wesley Alves do Carmo, 9 anos, e Gabriel Alves do Carmo, 8 – pudessem fazer tratamento médico no Hospital São Paulo, na capital. O serviço teria durado apenas seis meses. "Perderam o tratamento porque toda vez davam uma desculpa e nunca mandavam a ambulância."

De acordo com a Prefeitura, para ter direito ao serviço de transporte oferecido pela Secretaria da Saúde, o paciente em tratamento precisa se encaminhar à rua Antonio Poleci, 500, Jardim Las Vegas, com uma solicitação do hospital público onde está sendo atendido.

Em maio, Wesley sofreu fratura na tíbia direita e no mês passado rompeu o fêmur esquerdo. Desde então, deixou de freqüentar as aulas. Ele e o irmão estudam na Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) Guarará, a cinco minutos da casa da família.

Segundo a Prefeitura, a Secretaria de Educação do município só fornece transporte escolar para alunos que residem a dois quilômetros de distância das escolas municipais. Os meninos moram a dois quarteirões da escola. "Mas o caminho para a escola tem muitas ladeiras", reclama Miriam. A escola, conforme a Secretaria de Educação de Santo André, vai providenciar a reposição de aulas na residência da família.

No início deste ano, o Diário apurou que portadores de deficiência atendidos Programa Cidade Acessível estariam tendo problemas de transporte para tratamento médico. Na ocasião, das oito vans adaptadas com elevador, apenas três estariam em funcionamento, de acordo com usuários. À época, a Prefeitura reconheceu os problemas com agendamento e que as pessoas que solicitam o serviço com pouco prazo de antecedência poderiam mesmo ficar sem o transporte. Na ocasião, a Prefeitura justificou as falhas como decorrentes da grande demanda.

Em maio do ano passado, quando anunciou a implementação do bilhete único em Santo André, a Secretaria de Serviços Urbanos afirmou que também aumentaria a frota das vans em 50%, já que a demanda reprimida era de cem pessoas. Com isso, o número de vans aumentaria de oito para 12. Quinta-feira, a Prefeitura não informou se já aumentou o número de vans ou se há previsão de quando isso vai ocorrer.




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