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Jurista pede cobrança de ética política
Maurício Klai
Do Diário do Grande ABC
29/05/2001 | 00:19
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Mais de 200 pessoas, entre professores, estudantes e políticos, participaram nesta segunda do evento Ética na Política, que fez parte do 2º Ciclo de Palestras promovido pelo Diário, no Imes (Instituto Municipal de Ensino Superior) em São Caetano. Para falar sobre o tema, foram convidados o presidente do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rubens Approbato Machado, o ex-prefeito de São Bernardo, o professor e jurista Tito Costa e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

Approbato abordou o processo eleitoral. “Esse é o sistema representativo que está em crise”, disse. “Da mesma forma que há promessas não cumpridas, elas também não são cobradas pelos eleitores. O brasileiro não acompanha os programas de governo e não cobra atitudes mais éticas”, disse. Segundo ele, em vez de fiscalizar, alguns políticos só fazem acordões corporativistas.

Para Tito Costa, a política está envolta em tanto desencanto que até as forças que apóiam o governo estão atônitas. “O governo está claudicando e suas bases estão preocupadas com um governo tão desgastado e sem futuro”, disse. Costa afirmou que, apesar de a oposição apontar os erros, ainda não sensibilizou o eleitorado. “Se os partidos de esquerda se unissem, se Lula, Itamar Franco e Ciro Gomes formassem uma aliança, o que acho uma utopia, seriam capazes de vencer o conservadorismo.”

O senador Suplicy baseou sua apresentação em um artigo publicado na última semana, no Jornal do Brasil, no qual fez uma série de questionamentos ao presidente Fernando Henrique Cardoso. O senador questionou se FHC teria tido acesso à lista de votação da cassação do senador Luiz Estevão (PMDB), uma vez que o então líder do governo, senador José Arruda (PSDB) já estava de posse dela. “O presidente ficou muito irritado porque eu questionei os fatos. Sou um senador da República que causou irritação ao presidente por ter feito o meu papel”, disse. Suplicy rebateu as afirmações de Costa sobre a oposição citando algumas propostas e bandeiras de luta do partido, como a reforma agrária, o orçamento participativo, a formação de cooperativas, a expansão do microcrédito e o Banco do Povo.




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